Na tarde desta quarta-feira, 15, a Corte do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por unanimidade não afastar, por hora, Gladson Cameli do cargo de governador do Estado do Acre. De acordo com a ministra relatora Nancy Andrighi, apesar da gravidade das acusações, os fatos não são contemporâneos, porém, caso, no decorrer dos demais processos seja identificada alguma irregularidade, a relatora deixa em aberto a decisão de rever a permanência do governador no cargo. Os demais ministros acompanharam integralmente o entendimento da magistrada.
Ficou decidido pela ministra e acatado por seus pares que as medidas cautelares imputadas ao governador e demais investigados se perdurem por mais um ano.
“No que tange ao pedido de afastamento cautelar do denunciado do exercício do cargo de governador do estado do Acre, verifica-se que embora demonstrada a gravidade das supostas condutas delitivas imputadas ao acusado, os fatos narrados na denúncia, não se revelam contemporâneos, razão pela qual eu voto para indeferir por hora o pleito ministerial sem prejuízo da decretação da citada medida caso o reste demonstrado nos outros inquéritos à mim distribuídos a subsistência do risco a ordem pública. É como voto”. – decidiu a ministra Nancy Andrighi.
A DEFESA DO GOVERNADOR
O advogado Pedro Ivo Velloso, na sustentação da defesa do governador afirmou que Gladson é vítima de uma perseguição da Polícia Federal e comparou o inquérito policial à famigerada Operação Lava Jato.
“O fato é que até o momento Gladson Cameli não foi chamado pela Polícia Federal para prestar qualquer esclarecimento. É nítido o ato de perseguição. A Polícia Federal requisita relatórios do COAF, da esposa do governador, filho do governador de seis anos e das empresas do governador. Direcionamento abusivo e ilegal. Com a deflagração da operação, é imposta ao governador uma série de medidas, por ele religiosamente cumpridas. A Polícia Federal busca aplicar quase uma intervenção branca. Os seus bens foram bloqueados e, repito, o governador Gladson jamais foi ouvido. Eis que vem essa denúncia, uma denúncia de 179 páginas, que segue aquela estratégia de aquecer o processo que tanto afligiu o nosso país. Tempos recentes, os tempos da operação Lava Jato.”