Estudos revelam: motociclistas de transporte de passageiros por aplicativos ganham mais que motoboys de delivery

Em Rio Branco, no Acre, a categoria de motocicletas não possui regulamentação para operar nos aplicativos de transporte de passageiros. Apesar das discussões em todo o país sobre essa regulamentação, estudos encomendados pela 99Moto revelam o impacto da atividade na renda dos motociclistas, na taxa de ocupação e no Produto Interno Bruto (PIB). Como essa categoria não está sujeita à legislação tributária, os motociclistas se concentram apenas na taxa cobrada pelo aplicativo.

De acordo com pesquisas do Datafolha e da Fundação Getulio Vargas (FGV) realizadas neste ano de 2024, os dados indicam que os condutores que transportam passageiros em motocicleta ganham entre 60% e 70% a mais em comparação com os motociclistas que se dedicam exclusivamente ao serviço de entrega, como é o caso do Ifood.

Além disso, é ressaltado que essa ação ajudou a impulsionar R$ 5,6 bilhões do PIB em 2023, levando à geração de 114,2 mil empregos informais no ano anterior. Isso se deve ao fato de ter se tornado uma escolha para aqueles que estão desempregados ou em busca de uma fonte adicional de renda.

Maximiliano Barros, um motociclista de aplicativo de 39 anos, compartilhou que consegue ganhar entre mil e dois mil reais por semana, embora precise trabalhar por cerca de dez horas ou mais consecutivas. Ele acrescentou que os passageiros preferem chamar motocicletas porque o custo no aplicativo é mais acessível: “Os passageiros pedem porque que é mais econômico; eles nos chamam quando estão com pressa, principalmente durante os horários de pico, pois sabem que conseguimos chegar mais rápido”, concluiu.

Segundo o Datafolha, 66% dos usuários que utilizam serviços como 99Moto pedem o serviço para ir ao trabalho ou à faculdade. A maioria desses usuários é composta por mulheres, representando seis em cada dez usuários, com renda de até R$2000. Eles escolhem essa modalidade de carona devido ao custo, que é 30% menor do que chamar um carro.

Maximiliano compartilha sua perspectiva sobre a diferença entre trabalhar como motociclista de transporte de passageiros e como entregador de delivery: “Eu já fiz muitas entregas e é bastante complicado. Temos que buscar o pedido, esperar pelo cliente, e muitas vezes enfrentamos situações desagradáveis, como clientes que esquecem do pedido ou que nos tratam mal. Na 99, não passamos por essa humilhação. Simplesmente buscamos o passageiro no local, o deixamos em seu destino e seguimos para o próximo passageiro.”.