O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (17) os dados do Censo Demográfico de 2022, revelando que a taxa de analfabetismo no Brasil caiu de 9,6% em 2010 para 7% em 2022. Essa redução significa que, no período, cerca de 2,5 milhões de pessoas com 15 anos ou mais deixaram de ser analfabetas. Apesar do avanço nacional, o Acre está entre os 10 estados com maior taxa de analfabetismo apresentando uma taxa de analfabetismo de 12,1%.
O relatório do IBGE destaca que, embora o país tenha apresentado uma queda na taxa de analfabetismo em todas as faixas etárias, as pessoas com 65 anos ou mais ainda são as que menos sabem ler e escrever. Esse índice representa uma diferença de 8% em relação aos brasileiros com idades entre 60 e 64 anos, que compõem o segundo maior grupo entre os analfabetos. Esse dado sublinha a necessidade de políticas públicas voltadas para a alfabetização da população idosa.
Além disso, o levantamento mostra que, do total de 11,4 milhões de brasileiros que não foram alfabetizados, 71,5% — ou 8,15 milhões de pessoas — são pretos e pardos. A taxa de analfabetismo do Nordeste (14,2%) permanece o dobro da média nacional (7,0%). Entre as unidades da federação, as maiores taxas de alfabetização foram registradas em Santa Catarina (97,3%) e no Distrito Federal (97,2%), enquanto as menores foram observadas em Alagoas (82,3%) e no Piauí (82,8%).
Betina Fresneda, analista da pesquisa, comenta que “a elevada taxa de analfabetismo entre os mais velhos é um reflexo da dívida educacional brasileira, cuja tônica foi o atraso no investimento em educação, tanto para escolarização das crianças quanto para a garantia de acesso a programas de alfabetização de jovens e adultos por uma parcela das pessoas que não foram alfabetizadas nas idades apropriadas”. A análise destaca a importância de continuar investindo em educação para superar esse desafio histórico e proporcionar melhores oportunidades para toda a população.