Sob pressão de entidades civis, diversos estados e municípios têm iniciado a adoção de orçamentos sensíveis a gênero e raça. Essa medida visa aprimorar os indicadores socioeconômicos da população e investigar como tais recursos podem contribuir para a redução da desigualdade.
O Acre se destaca entre esses estados, não apenas aprovando leis para a construção de um orçamento mais sensível ao gênero, mas também a administração está elaborando um relatório para avaliar, com base nessas informações, quais áreas demandam maior investimento, com o suporte da Fundação Tide Setubal.
Com base no Censo de 2023, mulheres e indivíduos negros são os principais usuários dos serviços públicos, como saúde e educação. A população negra, representada principalmente por pretos e pardos, compõe a maioria, correspondendo a quase 60% dos alunos matriculados na rede pública.
Anteriormente, o estado carecia de indicadores específicos para avaliar a eficácia das políticas voltadas para a população mais vulnerável. Um grande exemplo dessa nova abordagem é o combate à violência de gênero.
No Acre, as mudanças começaram a partir da análise dos dados de violência contra a mulher, uma vez que o estado apresenta a maior taxa de feminicídios do país, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A esperança é diminuir esses casos e tornar esses grupos mais seguros.