Dois empregadores do Acre aparecem na“lista suja” do governo federal com empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão. O ranking foi atualizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na última sexta-feira (5).
Com a inclusão de 248 pessoas físicas (patrões) e jurídicas (empresas), a relação agora tem 654 nomes no país e bateu recorde este ano. O recorde de inclusões já havia sido batido na última atualização, em outubro do ano passado, quando 204 empregadores foram adicionados à lista nacional.
Os empregadores do Acre que aparecem na lista são:
Sandro Ferreira da Silva – Fazenda Retiro, na Rodovia 364 (Km 24), no município de Manoel Urbano, interior do Acre. Os fiscais estiveram na propriedade em 2021 e encontraram 13 trababalhdores em situação analoga à escravidão.
Adalcimar de Oliveira Lima – propriedade rural fica às margens da Floresta Nacional do Iquiri, em Lábrea, no Amazonas. Em 2019, 11 trabalhadores foram encontrados em situação analoga à escravidão quando os fiscais do MTE estiveram na região.
Em agosto do ano passado, 15 pessoas foram resgatadas durante operações da Polícia Federal do Acre (PF-AC), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e Superintendência Regional do Trabalho no Acre.
A primeira ação partiu de denúncias recebidas pelos três órgãos sobre a situação de trabalhadores em diversas propriedades cercadas de mata fechada, em fazendas que estão localizadas nos municípios de Sena Madureira e Manoel Urbano, no interior do Acre, no mês de agosto.
Os trabalhadores foram encontrados sem equipamentos de primeiros socorros e sem água potável. A comida e a moradia, segundo o relato policial, eram precárias, com jornadas exaustivas e sem formalização de documentos trabalhistas.
Já em setembro, a Superintendência Regional do Trabalho no Acre divulgou que outros sete trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados. Destes, três eram menores de 18 anos. Todos foram encontrados sem equipamentos de proteção individual (EPIs), primeiros socorros e sem água potável.
A alimentação e a moradia eram precárias, com jornadas exaustivas e sem formalização dos vínculos trabalhistas.
G1