Após um quarto de século, o réu acusado pelo assassinato de um dos filhos do ex-coronel Hildebrando Pascoal finalmente será julgado. O juiz Flávio Mariano Mundim, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco, aceitou a denúncia do Ministério Público do Acre (MPAC) contra Getúlio Saldanha Primo. Ele é o principal acusado de ter disparado fatalmente contra Ildo, filho do ex-coronel da Polícia Militar, no Beco São Domingo, região do Taquari, em Rio Branco.
Segundo a versão do irmão da vítima, Ildo foi perseguido e morto por Getúlio após uma discussão dentro de uma farmácia, onde estava comprando medicamentos. No entanto, Getúlio apresenta uma versão diferente, alegando que os irmãos anunciaram um assalto na farmácia de sua irmã, o que o levou a pegar uma arma de fogo. Ele afirma que, ao perseguir os irmãos em uma bicicleta, entrou em luta corporal com Ildo, resultando no disparo fatal.
O juiz Flávio Mariano destacou que, embora persistam dúvidas sobre a tentativa de assalto mencionada por Getúlio, não há questionamentos sobre a materialidade do crime. “Paira a dúvida aqui acerca da tentativa de assalto ou não, eis que as testemunhas divergem na narrativa, entretanto tal questão pouco importa para este momento em que se verifica a autoria do homicídio”, ressaltou o magistrado.
Quanto à tese de prescrição, o juiz optou por não analisar novamente, visto que já foi abordada em decisão anterior e não houve mudança na legislação. Dessa forma, Getúlio Saldanha Primo foi pronunciado como incurso nas penas do artigo 121 do Código Penal, permanecendo sob custódia enquanto aguarda o desenrolar do processo, conforme determina o artigo 316, parágrafo único do Código de Processo Penal.