30 abril 2024

Grande parte da população acreana não tem acesso a saneamento básico

Por Aikon Vitor, da Folha do Acre

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Recentemente divulgados os dados do Censo 2022, um quadro preocupante se desenha no que diz respeito ao saneamento básico no Brasil, com 102,7 milhões de brasileiros enfrentando privações nesse setor crucial para a qualidade de vida. Analisando a situação em diferentes municípios, percebe-se que a realidade em Rio Branco, capital do Acre, destaca-se, embora ainda exija melhorias substanciais.

Apesar de Rio Branco figurar entre os 10 municípios brasileiros com pior índice de saneamento básico entre os 100 mais populosos, de acordo com a 16ª edição do Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil, os dados do Censo 2022 mostram que a capital acreana está à frente dos demais 21 municípios do estado nesse aspecto. No entanto, essa liderança não ameniza a realidade geral do estado.

Analisando os indicadores, observa-se uma disparidade significativa entre Rio Branco e os municípios do interior. Por exemplo, enquanto 67,98% da população de Rio Branco tem acesso a algum tipo de saneamento básico, em Mâncio Lima esse índice é de apenas 1,08%, evidenciando uma lacuna alarmante na destinação adequada de dejetos, conforme preconizado pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).

Quanto ao abastecimento de água por rede geral de distribuição, Rio Branco apresenta um índice de 59,3%, mas em Feijó esse percentual cai para 15,86%, evidenciando a dificuldade de acesso à água potável em grande parte do estado.

A desigualdade se reflete em todos os indicadores analisados, desde a coleta de lixo até a presença de banheiros exclusivos nos domicílios. Essa disparidade não só perpetua a desigualdade social e territorial, como também agrava os desafios enfrentados pelas famílias que vivem sem acesso adequado ao saneamento básico.

Diante desse cenário alarmante, é fundamental que a questão do saneamento básico não seja negligenciada nas discussões políticas, especialmente com a proximidade das eleições municipais em outubro. A falta de ações concretas para enfrentar esse desafio apenas perpetuará o ciclo de privações e dificuldades enfrentado por milhões de brasileiros em todo o país.

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