O ex-presidente do Instituto Estadual de Educação Profissional e Tecnológica do Acre (Ieptec/Ac), Francineudo Costa, viveu momentos de terror na noite da última quinta-feira, 25, no município de Sena Madureira, interior do Acre. Em um vídeo publicado no último sábado, 27, muito abalado, Costa relata que sofreu abuso de autoridade e ameaças por parte do delegado Thiago Parente, titular da Delegacia de Polícia Civil do município, que de acordo com Francineudo, estava visivelmente alterado, e agindo de forma arbitrária.
Os Fatos
De acordo com relatos de Francineudo Costa, que também é engenheiro florestal, o mesmo estava voltando do município de Feijó, onde estava desde domingo, 21, prestando serviços de manutenção em ares-condicionados para a prefeitura daquele município, juntamente com alguns funcionários de sua empresa de refrigeração. Quando Costa e seus funcionários retornavam à Rio Branco, para poder passar o aniversário de sua esposa que seria no dia seguinte ao ocorrido, resolveu parar em um posto de combustível no município de Sena Madureira para jantar em uma lanchonete, e em seguida seguir viagem para a capital,
Francineudo conta que após uma série de problemas ocorrido no carro em que vinha com sua equipe, conseguiu chegar ao local para fazer uma refeição por volta das 22:30h. Ocorre que enquanto Francineudo e sua equipe se alimentavam, ele relata que foi abordado por duas pessoas, onde um deles – supostamente o delegado – o intimidou mostrando uma arma e dizendo: “o que que você está fazendo aqui, seu vagabundo, safado. Eu conheço faccionado.”
Na tentativa de se defender, Francineudo explicou ao delegado que estava vindo de Feijó e que estava prestando um serviço no município vizinho. Francineudo chegou a apresentar um documento de identificação funcional que comprovava suas atividades, porém, o delegado sequer olhou o documento arremessando-o para longe. Após agir de forma irresponsável e leviana, mesmo depois do rapaz ter se identificado, o delegado continuou a insulta-lo e proferir ameaças contra o mesmo, dizendo que iria prendê-lo por estar questionando uma autoridade.
Francineudo afirma que chegou a falar ao agente público que trabalhava também com o senador Alan Rick, porém, o mesmo estava irrefutável, e disse: “senador o caralho, quem manda aqui sou eu. Vaza daqui senão vou lhe prender.”
Sem nenhum sucesso em suas tentativas de defesa, Francineudo foi em direção ao caixa para pagar pelos lanches, porém o Delegado foi atrás, e disse: “olha pra mim seu vagabundo, abre o olho, vai embora daqui agora, senão eu vou lhe prender. Em seguida, se aproximou alguns policiais militares, em uma viatura, e um dos policiais mandou Francineudo entrar no carro e sair daquele local. No mesmo momento, Costa entrou no carro, tendo um de seus funcionários pagado a conta, e mesmo assim o delegado foi até o carro e disse ao rapaz: “olha aqui seu vagabundo, o culpado de tudo isso é você, se você voltar aqui nessa cidade em vou lhe prender.”
Após minutos de terror e constrangimento, Francineudo, finalmente conseguiu sair do local juntamente com seus funcionários, tendo uma viatura da polícia militar ido atrás, até a saída da cidade, como se estivesse escoltando-os.
Luziane Costa, esposa de Francineudo, contou em prantos em entrevista exclusiva para a Folha do Acre, que seu esposo chegou em casa completamente abalado. Luziane relatou que poucas vezes viu o marido chorar da forma que ela o viu ao chegar em casa. “Poucas vezes vi o Francineudo chorar daquela forma. Isso doeu no profundo da minha alma. Ele só queria chegar em casa para passar o meu aniversário comigo” – disse Luziane, emocionada.
Em sua postagem nas redes sociais, Francineudo contou com o apoio e solidariedade de várias pessoas, entre elas, o senador Alan Rick, que disse: “Amigo Francineudo. As providências estão sendo tomadas. Força e fé em Deus, meu amigo! Estamos juntos.”
Francineudo, formalizou a denúncia na Corregedoria-Geral da Polícia Civil na última sexta-feira, 26, onde foi ouvido pelo Delegado Corregedor-Geral Thiago Fernandes Duarte, relatando todos os fatos. O caso também foi relatado à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Agora, Francineudo espera que as devidas providências sejam tomadas por parte da Corregedoria da Polícia Civil, para que esse tipo de arbitrariedade não seja cometido contra cidadãos de bem, e que o poder de polícia seja usada apenas para servir e proteger a população.
O espaço para o contraditório e o direito de resposta fica facultado à outra parte.
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