Em discurso nesta terça-feira (2), o deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) apresentou um projeto de resolução à Mesa Diretora da Assembleia que visa a instalação de uma estátua de bronze ou material semelhante em homenagem ao governador José Augusto de Araújo, obrigado a renunciar pela Ditadura Militar no dia 8 de maio de 1964.
O parlamentar disse que a iniciativa tem o objetivo de fazer uma reparação histórica com relação ao primeiro governador eleito pelo voto popular. De acordo com ele, a Assembleia representa “todas as correntes e todos os pensamentos políticos.
“Nós homenageamos ali no hall àquele que não era lembrado pela História, o Galvez, que cumpriu um extraordinário papel de fazer com que o Brasil discutisse a causa do Acre. Foi deposto, mas o Brasil discutiu o Acre. E, aqui, que é a representação da democracia, a legítima representação de todas as correntes, de todos os agrupamentos. Aqui, pela primeira vez, quando o povo teve a possibilidade de escolher o seu governador, este não pode cumprir com seu mandato. Neste sentido, peço a Mesa Diretora que acate esse projeto de resolução, que coloque para apreciação no âmbito das comissões e traga para este plenário para que possamos completar esse processo de reparação histórica e homenagear a um jovem que sonhou, que conquistou o coração e a mente dos acreanos e que foi impedido pela ditatura de exercer o seu mandato”, disse Edvaldo Magalhães.
Ainda sobre José Augusto de Araújo, Edvaldo disse ainda que em 2014, um projeto de resolução do então deputado Eduardo Farias, também do PCdoB, foi aprovado e promulgado, anulando o ato que confirmou a renúncia de José Augusto.
“Em 2014, cinquenta anos após a destituição de José Augusto de Araújo, a Assembleia Legislativa do Acre corrigiu um dos maiores equívocos de sua história. O então deputado estadual Eduardo Farias, do PCdoB, meu camarada, conseguiu a aprovação do projeto de resolução que tornou nula a declaração de vacância do Cargo de Governador do Estado do Acre e restitui o mandato a José Augusto de Araújo”, lembrou.
E acrescentou: “um feijoense, José Augusto de Araújo fez uma campanha extraordinária no estado do Acre, que era o “Acre para os Acreanos”, delimitando politicamente o tempo das indicações dos governadores do Território, que eram tudo indicações políticas, conforme os rumores de Rio de Janeiro e Brasília. Esse jovem foi eleito governador em uma campanha memorável. Ele tinha como principal bandeira a reforma agrária e a educação, em um momento em que o Brasil entendia que discutir reforma agrária e educação era coisa de comunista”.