Em Brasília, durante uma audiência com o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, nesta quarta-feira, 13, o governador Gladson Cameli (PP), levou a pauta algumas demandas urgentes do Acre após as enchentes que entraram para o ranking das maiores já registradas no estado. Cameli reivindicou recursos para a construção de pelo menos 3 mil moradias para famílias em situação de vulnerabilidade atingidas pelas cheias no Acre, incluindo a transferência para partes altas dos municípios mais atingidos, como por exemplo, o município de Brasiléia, região do Alto Acre.
No ensejo, o governador do Acre solicitou também a doação de terrenos da União para a construção das moradias nas partes altas das cidades. O governo do Acre deverá apresentar também para o Ministério das Cidades um projeto de reurbanização das áreas alagadas, que deverão serem desocupadas.
“Precisamos fazer a remoção das pessoas, resolver esse problema em definitivo e acabar com o sofrimento de quem vive enfrentando as enchentes no estado”, disse o governador. Ele reforçou a gravidade das últimas cheias, que atingiram 19 dos 22 municípios. Entre os exemplos, citou Brasileia e aqueles de difícil acesso como Thaumaturgo, Santa Rosa do Purus, Porto
Walter e Jordão.
O secretário de Habitação e Urbanismo do Acre, Egleuson Araújo, apresentou um mapeamento preliminar sobre os impactos da inundação no estado. De acordo com o secretário, mais de 8,3 mil residências foram atingidas pelas enchentes nos 19 municípios abrangidos. Ao todo, o déficit habitacional do estado é de 23,9 mil moradias, apontou o titular da Sehurb.
Egleuson Araújo também pediu um olhar diferenciado em relação ao custo de construção, lembrando que em estados amazônicos, como o Acre, “os custos são sempre mais altos, principalmente nas regiões mais distantes e isoladas”. A necessidade de moradias para as populações atingidas pelas cheias foi reforçada pelo presidente da Federação das Indústrias do Acre, José Adriano, e por integrantes da bancada de deputados estaduais, convidados pelo governador para a audiência.
O ministro Jader Barbalho afirmou apoio e se dispôs a avaliar formas de contribuir com o Estado na elaboração do projeto, que abranja desde a construção de novas moradias a ações a serem desenvolvidas nas áreas a serem desocupadas. “Podemos trabalhar juntos nas soluções definitivas ou pelo menos mitigatórias para o estado”, disse Barbalho.
Participaram da audiência representando a bancada estadual do Acre, os deputados, Nicolau Júnior, Wendy Lima, Tadeu Hassem, Gilberto Lira e Pablo Bregense. Além de representantes da bancada estadual, participaram também o procurador do Estado, João Paulo Setti, e o secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana de Rio Branco, Antônio Cide Rodrigues.