Indígenas fazem procurador do MPF e funcionários do Ibama e Idaf de reféns no Acre

Quatro funcionários do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), um procurador do Ministério Público Federal (MPF-AC) e demais funcionários do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Ibama) foram feitos reféns na terra indígena Campinas/Katukina, distante 80 quilômetros da cidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, nesta quarta-feira (13). A informação foi confirmada ao g1 pelo instituto.

Na comitiva que visitou o local, também estavam outros funcionários do MPF. De acordo com o Instituto, os indígenas pediam um valor de R$ 30 milhões em conta para liberá-los.

O processo de negociação era para que os indígenas tivessem alguns benefícios para a comunidade após a construção do Linhão, que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul. Na ocasião, o MPF foi ao local para formalizar a assinatura do termo de adesão.

No entanto, no início da manhã desta quarta, a comunidade não queria mais negociação e prenderam a comitiva no local.

A informação é de que eles foram libertados após negociação do MPF. A Polícia Federal (PF-AC) foi acionada para acompanhar o resgate.

Linhão

As linhas de construção para transmissão de energia para o Juruá tem uma extensão de aproximadamente 685 km e atravessa as terras indígenas. Uma delas, de 385 km, tem início em Rio Branco com término até Feijó. A outra, com 300 km, vai de Feijó até Cruzeiro do Sul.

Em razão disto, um Termo de Cooperação Técnica seria assinado para ofertar aos Katukinas cursos, apoio para realização de festival indígena, acesso a eventos de artesanato de nível nacional, entrega de carteira de artesão, dentre outras parcerias que, no total, somariam R$ 27 milhões. Isto foi feito para reduzir os danos ambientais causados pela construção do linhão.

Informações G1