Um sargento do Exército Brasileiro está sendo acusado de ter agredido verbalmente e ameaçado uma médica, uma enfermeira e um técnico em enfermagem no hospital Humberto Grandidier, pronto-socorro de Cruzeiro do Sul, no domingo (4).
De acordo com informações divulgadas na imprensa, os profissionais de saúde registraram um boletim de ocorrência na Delegacia Geral de Polícia Civil contra o suposto agressor.
Ainda segundo a imprensa, o sargento procurou o hospital acompanhado da esposa que sofreu uma queda e bateu a cabeça. Dentro da sala de trauma, o militar teria engatilhado a arma. Homens da Polícia Militar e do BIS foram chamados para controlar a situação. Foi um Policial Militar quem desengatilhou a arma.
“Ele e a esposa estavam visivelmente sob o efeito de bebida alcoólica. Ele estava bem alterado e o tempo todo repetia que era Militar. Vieram entregar uma mochila pra ele e aí ele tirou a arma de dentro e engatilhou aqui na nossa frente e nos afrontava com a arma mesmo a esposa sendo atendida. Acionamos a Polícia Militar e chegaram oficiais da Pm e do BIS. O porte de arma dele nem estava em dia e a Pm desengatilhou e tirou a arma dele. Foram todos para a Delegacia e depois voltaram e ele pegou a moto dele, então não ficou preso . A esposa do Militar tirou o acesso por conta própria e saiu do Pronto Socorro dizendo que ia processar todo mundo”, relatou uma testemunha ao site Ac24horas, que preferiu não se identificar.
O Pronto Socorro de Cruzeiro do Sul tem porteiro mas não conta com segurança.
“Já teve militares que ficavam de plantão aqui e a gente se sentia mais seguro. Teve segurança também mas agora não tem mais nada e a gente fica a mercê de pessoas armadas que podem chegar aqui e nos ameaçar. A gente trabalha com medo porque recentemente houve um caso de agressão física a um médico dentro da UPA aqui de Cruzeiro do Sul “, pontua a testemunha.
A Assessoria de Comunicação do 61º BIS, disse que o Comando está aguardando a notificação do Pronto Socorro do Hospital do Juruá para apurar os fatos e circunstância e tomar as medidas cabíveis.
O Sindicato dos Médicos do Acre divulgou nota e repúdio:
Nota de Repúdio
O Sindicato dos Médicos do Estado do Acre (Sindmed-AC) repudia mais um repugnante ato de violência e desacato que vitimou uma médica e a equipe de plantonistas do Pronto Socorro (PS) Humberto Grandidier, em Cruzeiro do Sul, na madrugada deste domingo, 04. O crime vil e covarde – cujas notícias apontam como autor um sargento do Exército Brasileiro – carece de punição exemplar.
Os relatos causaram ainda mais asco e indignação depois da divulgação da negativa de prisão em flagrante do autor das ameaças à equipe médica, o que levanta a possível existência do crime de prevaricação por parte de autoridades responsáveis. Se um sargento membro das Forças Armadas, acusado de embriaguez, ameaça e faz uso ostensivo de arma de fogo, sem a devida autorização de porte, não foi preso, então é imperioso que haja o encaminhamento do caso para o general incumbido para a devida apuração e punição exemplares, evitando que ocorrências similares se perpetuem, maculando o nome e a imagem da corporação.
O Sindmed-AC solidariza-se com todos os servidores afetados pela situação traumática e exige do governo do estado ação efetiva contra os crimes cometidos dentro das unidades de saúde, ambiente em que as pessoas buscam apoio e onde os trabalhadores necessitam de condições de trabalho suficientes e adequadas para atender de forma eficiente todos os pacientes.
Os Diretores deste Sindicato também anunciam que ampliarão a frequência das visitas técnicas para que o estado cumpra com a decisão da ação civil pública (ACP), ajuizada pela entidade, que determina a utilização de segurança armada em todas as unidades de saúde e a utilização de equipamentos eletrônicos de vigilância para reduzir a violência.
A Diretoria do Sindmed-AC