Ratinho é apontado como o maior fazendeiro do Acre e suspeito de invasão de terras

O portal Compre Rural revelou recentemente um levantamento dos maiores proprietários de terras no Brasil, segmentando por regiões. No Acre, destaca-se o apresentador do SBT, Ratinho, que encabeça a lista como o “principal fazendeiro do Acre”. O site aponta que Ratinho possui duas propriedades no estado, sendo a maior delas, com 150.000 hectares, considerada a principal do apresentador. A segunda propriedade abrange quase 40.000 hectares, totalizando quase 200.000 hectares de floresta. Segundo a matéria, embora Ratinho não esteja atualmente cultivando nessas áreas, permite a extração de madeira, estando em conformidade com as leis.

Durante uma entrevista em um podcast anterior, Ratinho já havia mencionado suas propriedades, destacando seu envolvimento com uma empresa local para a venda de créditos de carbono. No entanto, até o momento, não obteve receitas dessa atividade. O apresentador compartilhou: “No Acre, me juntei com uma empresa que faz aquele negócio de crédito de carbono, não recebi porra nenhuma até agora, mas eu tenho esperança.”

As terras de Ratinho, localizadas em Tarauacá, foram adquiridas através da Companhia Paranaense de Colonização Agropecuária e Industrial do Acre (Paranacre). As fazendas situam-se próximo à BR-364, em uma área marcada por tensões indígenas e disputas com posseiros. Reportagens apontam que uma das propriedades faz divisa com a Terra Indígena (TI) Rio Gregório, habitada por moradores de sete aldeias das etnias Yawanawá, Kaxinawá e Katukina-Pano.

É importante destacar que a Paranacre, empresa envolvida na aquisição das terras por Ratinho, enfrenta acusações de promover invasões de terras no Acre. Ratinho, juntamente com seus familiares, é sócio na Agropastoril RGM Ltda, proprietária do latifúndio Gleba Panacre – Parte B, em Tarauacá, que invade ilegalmente a TI Kaxinawa da Praia do Carapanã, regularizada desde 2001.

Os dados, provenientes do observatório “De Olho nos Ruralistas” e apresentados no dossiê “Os invasores políticos”, revelam que Ratinho pai adquiriu as glebas em 2002, pagando cerca de R$330 mil à Paranacre, empresa apontada como promotora de grilagem na região. O dossiê, elaborado com base em informações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), destaca que mais de 13 hectares da fazenda de Ratinho estão sobrepostos à área indígena de forma ilegal, conforme dados de 2021 confirmados em registros fundiários de 2023.