Parte da bancada federal do Acre defende requerimento contra obrigatoriedade da vacinação da Covid em crianças

Após deputados de oposição ao governo federal apresentarem na última semana um requerimento de urgência para a tramitação da proposta que pretende derrubar a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 em menores de 5 anos, parte da bancada federal do Acre foi procurada pela reportagem do ac24horas e se manifestou favorável ao requerimento, porém, defenderam a importância da imunização.

O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 487/2023 é de autoria do deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e foi apresentado em dezembro de 2023. O regime de urgência dispensa algumas formalidades regimentais, como a necessidade de análise da matéria em comissões. Acerca do assunto, o deputado federal Roberto Duarte (Republicanos) assinou o requerimento e afirmou que apesar dele e sua família terem tomado todas as vacinas, é contra a decisão de obrigatoriedade exigida pelo Estado. “Sou favorável a vacina, tomei todas as vacinas e meus filhos também, só que quem tomou a decisão foi eu. Sou contrário ao Estado querer obrigar as crianças a se vacinarem. Entendo que os pais são responsáveis e não o Estado obrigar, sou contra a obrigatoriedade, por isso assinei para derrubar essa medida da União”, declarou.

A imunização contra Covid para crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade passou a ser obrigatória e foi incorporada no Calendário Nacional de Vacinação no dia 1º de janeiro, nesse contexto, o médico e deputado federal Fábio Rueda (União Brasil) conversou sobre o tema polêmico, garantido, de antemão, que assinou o documento, porém, segundo ele, as vacinas são de extrema importância para a sociedade, mas, não concorda que a decisão do Estado em tornar obrigatório a imunização. “Não quero ser simplista, mas para essa questão referente a obrigatoriedade da vacina para o COVID-19 em crianças não entendemos como a melhor estratégia. Sou a favor das vacinas e entendo que o PNI (Programa Nacional de Imunização) é um avanço e referência mundial”, disse.

Entretanto, na questão do combate ao COVID-19, Rueda revelou que os estudos disponíveis não justificam introduzir a vacina nesta faixa etária em caráter obrigatório. “A Organização Mundial da Saúde classifica crianças de 0 a 5 anos como grupo de baixo risco para COVID-19 e já sabemos que efeitos colaterais das vacinas feitas com a tecnologia de RNA mensageiro estão relacionadas com uma série de problemas cardiovasculares. As vacinas previstas não impedem a transmissão da COVID-19. Dessa forma, entendo que na estratégia de enfrentamento ao COVID-19 precisamos de mais dados referentes a segurança e eficácia para determinar caráter de obrigatoriedade na introdução de imunizantes no nosso PNI”, avaliou o profissional.

Já o deputado federal Ulysses Araújo (União Brasil), disse que, em primeiro lugar, é preciso assegurar princípios constitucionais como a vida, pátria, poder, liberdade, democracia e a mínima interferência do Estado no âmbito familiar. Araújo revelou que o requerimento, ao alcançar 171 assinaturas, em termos jurídicos, tem o condão de levar essa “decisão arbitrária” para apreciação no plenário da Câmara dos Deputados, e nesse sentido provocar a derrubada da obrigatoriedade pelo voto dos parlamentares. O militar considera a decisão do governo Lula como “autoritarismo e ditadura”.“Em termos concernentes à questão de saúde, estive presente em algumas audiências públicas que trataram desse assunto, e a maioria dos médicos que trabalham com vacinas são contra essa medida da vacina, sem falar que a obrigatoriedade caracteriza autoritarismo e ditadura”, garantiu.

Ulysses contou também que, segundo foi relatado por alguns médicos, o imunizante não deveria sequer ser chamado de vacina, mas, sim, de terapia gênica e que o assunto precisa de maiores estudos, mais experimentos e pesquisas, além de maiores debates. “Nessa esteira, a vacina do COVID tem se demonstrado diferente das vacinas que estão no PNI há muito tempo, que são vacinas seguras, de eficácia comprovada, mas essa vacina do COVID, o próprio FDA (Food and Drug Administration), não coloca como vacina e sim com uma “terapia gênica” que é o tratamento de doenças a partir de modificações no material genético das células”.

O deputado Gerlen Diniz (PP) afirmou ser defensor da obrigatoriedade da vacina e disse que não assinou o requerimento. Já o seu colega de partido, o deputado Zezinho Barbary, assinou o requerimento, mas não informou a razão do ato.

A assessoria da deputada federal Socorro Neri (PP), também foi procurada e, na ocasião, informou que ainda não havia posicionamento sobre o assunto. Já as deputadas Antônia Lúcia (Republicanos) e Meire Serafim (União Brasil), não responderam aos questionamentos até o fechamento da matéria.

Ac24horas