Mercado de carbono pode gerar ativo financeiro de mais 560 milhões de dólares para o Acre

O estado do Acre possui uma reserva de 100 milhões de toneladas de créditos de carbono disponíveis para negociação, de acordo a Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais (CDSA). Esses créditos foram acumulados ao longo dos anos de 2005 a 2015.

O diretor-presidente da CDSA, José Gondim, informou que empresas já manifestaram interesse em adquirir esses créditos, e que a negociação pode ser convertida em um ativo financeiro estimado de cerca de 564 milhões de dólares, considerando o ponto de partida de venda de 5,64 dólares por crédito. O gestor ressalta que esses valores podem variar, uma vez que o mercado é volátil.

Em outubro do ano passado, o governo do Acre autorizou a transferência dessas 100 milhões de toneladas de créditos de carbono pertencentes ao estado para a CDSA. Esse procedimento é para possibilitar as negociações no mercado.

Os créditos de carbono no Acre são gerados a partir das atividades florestais e também servem como uma métrica para comprovar o serviço ambiental prestado por meio do Programa REM, de contenção do desmatamento.

A contabilização do carbono é feita por um sistema com base em laudos do Instituto de Mudanças Climáticas e em relatórios oficiais do Brasil, como os do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Desde 1999, o estado do Acre tem se dedicado à construção de uma legislação específica para valorizar os ativos florestais. Esse esforço resultou na criação do Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais (SISA), do programa ISA Carbono e REM, que engloba diversas ações voltadas para a manutenção da floresta em pé e a redução da pressão sobre ela. Segundo o diretor, o Acre tem participado ativamente das discussões internacionais sobre o tema.

Informações G1