No cenário epidemiológico brasileiro, o Acre se destaca como um dos estados mais impactados pela epidemia de dengue, suscitando indagações sobre as causas subjacentes a essa realidade preocupante. Explorando informações de artigos especializados, buscamos entender os fatores que contribuem para o alarmante número de casos registrados no estado.
Condições climáticas favoráveis
Estudos indicam que as condições climáticas no Acre proporcionam um ambiente propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor transmissor da dengue. As temperaturas elevadas e a umidade constante criam um habitat ideal para a reprodução do mosquito, aumentando significativamente o risco de infestações.
Desafios na infraestrutura da Saúde
Pesquisas revelam que o Acre enfrenta desafios estruturais no sistema de saúde, o que pode impactar a eficácia das medidas de prevenção e controle da dengue. A falta de recursos, infraestrutura precária e dificuldades no acesso a áreas remotas podem comprometer a resposta rápida e efetiva diante do surto.
Urbanização e concentração populacional
A rápida urbanização e a concentração populacional em determinadas áreas do estado também são apontadas como fatores contribuintes. O aumento da densidade populacional pode criar condições favoráveis para a propagação do mosquito, intensificando a transmissão da doença entre os habitantes.
Desafios socioeconômicos
Artigos científicos sugerem que desafios socioeconômicos, como falta de saneamento básico e condições precárias de moradia, podem agravar a situação. Esses aspectos estão diretamente relacionados à criação de criadouros do Aedes aegypti, tornando as comunidades mais vulneráveis à disseminação da dengue.
Resistência a medidas preventivas
Algumas pesquisas abordam a resistência da população às medidas preventivas, como a eliminação de criadouros. Fatores culturais e educacionais podem influenciar a adesão às práticas de prevenção. A falta de adesão a práticas simples, como a eliminação de recipientes que acumulam água parada, pode ser um obstáculo significativo na redução dos casos.
No cenário epidemiológico nacional, o Acre emerge como o segundo estado com maior incidência de casos de dengue, segundo dados do Ministério da Saúde. Apresentando uma taxa de 212,5 casos a cada 100 mil habitantes, totalizando 1.764 casos prováveis até a última quinta-feira (25), o estado enfrenta um aumento expressivo de 106,6% nos casos, levando o governo a decretar situação de emergência, medida válida pelos próximos 90 dias.
O Distrito Federal lidera o ranking, registrando 15.542 casos prováveis da doença, correspondendo a 551,7 casos a cada 100 mil habitantes. Minas Gerais figura em terceiro lugar, com 34.198 casos prováveis e uma incidência de 166,5 casos a cada 100 mil habitantes.
Os sintomas clássicos da dengue, como dores de cabeça, no corpo e mal-estar, são amplamente associados à doença, que, entretanto, pode se manifestar de maneira mais grave. O Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) reporta 5.445 casos notificados e 3.755 casos confirmados entre janeiro e início de dezembro de 2023.
Destaca-se, ainda, a primeira morte confirmada por dengue hemorrágica em 2024, ocorrida em Cruzeiro do Sul. A preocupação com a propagação da doença levou o Ministério da Saúde a incluir metade dos municípios acreanos na lista de prioridade para vacinação contra a dengue. O critério considerou