A investigação da Polícia Civil sobre uma jovem de 19 anos do Acre que estaria em situação de trabalho análogo à escravidão em Penha, no Litoral Norte de Santa Catarina, concluiu que ela foi vítima de maus-tratos. A mulher para qual ela trabalhava foi indiciada pelo crime na quinta-feira (4). .
A apuração começou em novembro, após a denúncia feita por uma pessoa que passava pelo local e relatou ter ouvido choro vindo da casa onde a vítima estava. Conforme o delegado Angelo Fragelli, a suspeita responde em liberdade.
No início, a informação repassada pela denúncia era de que a jovem atuava na casa como empregada doméstica, mas isso não foi comprovado, assim como a situação de trabalho análogo à escravidão. A mulher “tinha liberdade de ir e vir quando quisesse” e permanecia na casa pois não tinha pra onde ir, segundo Fragelli.
“Ela não trabalhava na casa. Foi acolhida pela suspeita. Desempenhava atividades domésticas em auxílio à suspeita. No entanto, com passar dos tempos a convivência ficou muito ruim”, explicou o investigador.
A jovem foi acolhida pelo Coletivo Mulheres do Brasil em Ação (CMBA), que atende vítimas de violência doméstica. Até 20h19 desta sexta (5), a jovem continuava em abrigo em Santa Catarina.
Ainda, segundo a investigação, a suspeita, que não sabe ler e escrever e vive situação vulnerável, teria sido usada como “mula” para trazer droga entre o Acre e Recife. Em seguida, teria vindo para Santa Catarina.
A identidade da indiciada não foi divulgada e o g1 não conseguiu contato com a defesa.
Investigação
Em 16 de novembro, policiais civis foram no local e levaram os envolvidos para a delegacia. A corporação não detalhou quantas pessoas foram ouvidas.
Na época, em depoimento, a investigada afirmou que acolheu a vítima na casa dela e que, antes disso, a jovem estava em situação de rua. A vítima também confirmou à polícia que foi acolhida na residência.