Vítima de importunação sexual revela proposta de diretor-geral de Polícia Civil e MP analisa 2 Notícias de Fato envolvendo Henrique Maciel

A imprensa local divulgou nesta terça-feira (12) vídeo de suposta vítima de importunação  sexual praticado pelo diretor-geral de Polícia Civil, delegado Henrique Maciel. Na mesma manhã a assessoria de imprensa do Ministério Público do Acre confirmou que estão sendo analisadas duas notícias de fato envolvendo o diretor-geral, mas que não poderiam dar maiores informações porque elas correm em segredo de justiça.

Vídeo obtido pelo site O Seringal detalha parte das declarações da vítima, feitas a um colegiado independente, ligado ao movimento civil organizado, que colhe provas contra o delegado.

No vídeo a suposta vítima relata que o diretor-geral teria lhe prometido privilégios na carreira de servidora pública caso ela aceitasse passar uns dias com ele em Porto Velho.

“Se você fizer isso, isso e isso….”, conta ela.

O detalhamento do assédio consta em outro vídeo não divulgado, mas que, de acordo com informações extraoficiais, já se  encontra na mão dos representantes do MPAC.

A servidora que acusa o delegado Henrique Maciel de assédio diz ainda que após não aceitar a proposta teria sido exonerada de cargo de diretoria de departamento.

Há alguns dia a Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Acre) cobrou a abertura de inquérito civil, no âmbito do Ministério Público.

O episódio soma crimes de perseguição administrativa com as provas que faltavam para o enquadramento penal de Henrique Maciel: privilégios na carreira de servidor público por favores sexuais. Para abrir procedimento investigatório, ensina um advogado ouvido pela reportagem, o Ministério Público não precisa ser provocado.

“Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada. Ou seja, o Estado deve investigar independente da vontade da vítima. É diferente de um crime de ameaça, por exemplo, quando a vítima decide se quer ou não levar o caso adiante”, explicou.

A Adepol, no documento protocolado no MP, acentua que há outros depoimentos de vítimas contando histórias semelhantes de importunação e assédio sexual. A identidade das vítimas será preservada e a voz, no caso publicado agora, foi modificada.

Em entrevista à Folha do Acre, Henrique Maciel afirmou que é inocente e que confia na Justiça.