Na manhã desta segunda-feira (18) a Polícia Civil do Pará deflagrou a Operação “Truque de Mestre”, que resultou no cumprimento de 12 mandados de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Belém, Bragança e Castanhal, contra influenciadores digitais do estado.
A ação visa desarticular uma associaçãocriminosa envolvida na divulgação de jogos de azar considerados ilegais no país, o “Fortunite Tiger” ou “Jogo do Tigrinho” como é popularmente conhecido, que operava no estado, lesando diversas vítimas e movimentando volumosas quantias financeiras. A ação resultou na prisão de sete influenciadores digitais, os quais a maioria conta com mais de 100 mil seguidores nas redes sociais. Os nomes são:
As investigações tiveram início há aproximadamente quatro meses, depois que algumas pessoas procuraram a Seccional Urbana do Comércio para denunciar os chamados “influencers” que recrutavam vítimas para participar dos jogos online. O esquema veio à tona, revelando a astúcia dos criminosos em angariar seguidores para a plataforma de jogos ilícitos.
“A cada 50 usuários indicados eles ganhavam R$ 1 mil. Nós cumprimos os mandados de prisão e de busca e apreensão. Agora eles vão ficar à disposição da justiça. Ao todo, nós identificamos 13 alvos e todos serão indiciados. Sete pessoas foram presas, uma delas foi autuada quando estava em Recife. Ela estava desembarcando, inclusive, para lançar a sua plataforma naquele estado e fazer mais vítimas”, explicou o delegado Arthur Nobre, um dos responsáveis pelas investigações.
A operação resultou na identificação de doze investigados, entre eles Noelle Maria de Araújo Lopes e Gleison Pereira Soares. Surpreendentemente, Noelle movimentou a quantia exorbitante de R$ 23.000.000,00 (vinte e três milhões de reais) em apenas dois meses, enquanto Gleison alcançou a marca de R$ 1.600.000,00 (um milhão e seiscentos mil reais) em três meses, provenientes do esquema de jogos de azar e cassinos online.
O modus operandi dos criminosos incluía a aquisição de bens de alto valor, como casas, carros e terrenos, numa tentativa de “lavar” o dinheiro ilícito e transformá-lo em recursos lícitos. A operação resultou na apreensão de diversos veículos de luxo, incluindo uma Mercedes C180, um Jeep Compass, um KWID, além de duas motocicletas pertencentes aos investigados. At´o fechamento da reportagem, nenhum investigado se pronunciou sobre o caso.
“Pelas movimentações financeiras, a gente observa que foram valores voluptuosos. Só um deles operou mais de 1,6 milhão. Uma outra, R$ 22 milhões, em 3 meses. Ou seja, a dinâmica e fluxo de dinheiro era muito grande e para eles fazerem essa legalização, eles compravam bens e móveis, como a motocicleta, os veículos caros e de luxo, e até residências. Eles se aproveitavam das condições atuais do poder de influência que exercem sobre os seus seguidores para obter vantagem ilícita”, afirmou Arthur Nobre.
Participaram da operação 14 equipes de policiais civis que compõem as delegacias e seccionais da Diretoria de Polícia Metropolitana (DPM) e da Diretoria de Polícia do Interior (DPI), entre elas as Seccionais da Sacramenta, São Brás, Guamá, Marituba, Ananindeua, Cremação, Pedreira, Marambaia, Icoaraci, Cidade Nova, Paar e das Delegacias do Atalaia, de Bragança e de São Francisco do Pará.