A senhora flagrada, nesta semana, dando de comer a dezenas de pombos nas imediações do Mercado do Bosque, em Rio Branco, voltou ao local nesta quinta-feira, 23, e protagonizou mais um bate-boca com permissionários.
Os lojistas imploram para que ela pare de alimentar as aves após uma trabalhadora do local morrer, na semana passada, por complicações causadas por microorganismos presentes nas fezes dos animais. Porém, ao ser abordada, ela age com violência e até parte para cima dos comerciantes.
“Hoje [quinta] ela veio aqui e discutiu com as meninas. Esses dias ela foi parar na delegacia, mas continua voltando quase todos os dias”, reclama a permissionária Miriam Alves de Almeida, que tem um quiosque alimentício no mercado.
Nesta quinta-feira, 23, em pleno horário de almoço, o estabelecimento de Miriam estava vazio porque sua clientela teme as doenças provocadas pela ave.
Uma outra lojista, Maria Marisete, contou à reportagem que o filho da senhora chegou a ir até o local para pedir desculpas pelas atitudes da mãe, que seria professora aposentada.
“Ela compra comida no próprio mercado para dar aos animais. Estamos revoltados, mas também com muito medo”, lamenta.
Um vídeo que circula na internet desde o início da semana mostra o momento em que a idosa avança contra um homem que teria afugentado os pombos. Em resposta, ele joga um balde d’água na mulher.
“Quando chega o horário do almoço os pombos já aparecem aqui pela frente esperando ela. A impressão é que eles já a conhecem”, diz Marisete.
Nos últimos dias, trabalhadores, moradores e frequentadores do Mercado do Bosque e entorno fizeram um abaixo-assinado pedindo providências ao poder público.
A reportagem apurou, junto aos comerciantes, que a Vigilância Sanitária sequer teria feito a sanitização do local para limpar resíduos de fezes dos pombos.
Doença do pombo
Por ser uma ave que perambula pelo chão e se alimenta de restos de comida, muitas vezes estragados, o pombo ingere microorganismos como fungos e bactérias, que acabam indo para suas fezes. Em tempos secos, os dejetos dessas aves endurecem e, com o vento, pequenos poros se espalham no ar e são inalados por humanos, o que pode provocar infecções.
Nem todas as doenças causadas nesse processo são mortais, mas, sem os cuidados devidos, elas podem ser graves, como aconteceu com a trabalhadora que morreu na semana passada.
Entre as enfermidades estão a meningite, salmonelose, ornitose, histoplasmose e criptococose. O uso de máscaras ao adentrar em locais com grande presença desses animais ajuda a evitar a inalação dos poros infecciosos.