Por Wanglézio Braga
O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Oliveira Pires, negou que agentes da instituição tenham usado fuzis, armas pesadas, em atividades na Reserva Extrativista Chico Mendes no Acre (RESEX). A negativa ocorreu numa oitiva da CPI das ONGS realizada hoje (31).
Pires compareceu na CPI a pedido do senador Styvenson Valetim (Pode-RN). Neste mês o Senado Federal realizou uma visita na área da RESEX e ouviu da própria população relatos intrigantes sobre abordagens truculentas de agentes do ICMBio.
Na CPI, Mauro disse que os agentes do ICMBio não usam armas de grande porte como as apresentadas em vídeos divulgados pela CPI das ONGs. “Dentro do ICMBio não possuímos armamentos pesados. Isso não acontece. Em atividades de fiscalização, a depender das circunstâncias, para evitar situações de conflito, os órgãos de segurança também participam: ora a PF, ora a polícia do estado, ora a PRF. Aí sim eles possuem o armamento. O ICMBio possui diferentes instâncias de governança para coibir excessos. Temos a auditoria, temos a corregedoria (…) . Em havendo algum abuso, creio que isso pode ser resolvido”, disse.
Na ocasião, Mauro também falou que o problema entre os agentes e os moradores pode ter ocorrido devido ao crescimento do desmatamento. “O problema é que o desmatamento cresceu vertiginosamente nos últimos anos”, falou.
O senador Márcio Bittar (União-AC), relator da CPI das ONGS, apontou o envolvimento de Mauro e das pessoas que indicaram seu nome à presidência do ICMBio com ONGs ambientalistas. Para Bittar, há trocas frequentes entre gestores públicos de órgãos ambientais e dirigentes de ONGs financiadas com recursos estrangeiros, que podem levar à influência de outros países na política ambiental brasileira.
“É um clube de amigos. Você acha que esse clube de amigos vai indicar alguém que discorde que a reserva extrativista não tenha um grau de autonomia maior do que tem? A agenda está fechada… Isso é permitir que forças externas se apossem do governo brasileiro”, disparou.