A Prefeitura de Cruzeiro do Sul decretou emergência na manhã desta terça, 17, devido aos extensos prejuízos causados pela praga do mandarová. O decreto foi assinado nesta terça pelo prefeito em exercício Henrique Afonso e deverá ser publicado nesta quarta no Diário Oficial.
O prefeito Zequinha Lima, que se encontra em Brasília em busca de recursos para o município, vem sendo informado diariamente sobre o avanço da praga que deve comprometer cerca de 50% da safra da mandioca deste ano, principal economia da região. O prefeito Zequinha por intermédio do senador Alan Rick, conseguiu uma audiência com o Ministro da Agricultura para tratar da questão.
O prefeito em exercício Henrique Afonso visitou in loco os plantios mais afetados em companhia do secretário de agricultura do município, Eutimar Sombra e equipe e mediante relatório técnico produzido, decidiu pelo decreto como forma de proteção à economia da agricultura familiar e do município, já que a cultura da mandioca e agroindústria da farinha e derivados representam juntos cerca de 42% do PIB de Cruzeiro do Sul. A estimativa é de que 960 famílias de agricultores já tenham sido afetadas.
Outro problema também é que a praga do mandarová que antes ocorria a cada 4 anos, vem ocorrendo anualmente.
A decisão do prefeito em exercício é apoiada em conhecimentos técnicos.
“Esse envolvimento com a lagarta vem nos últimos dias tomando grandes proporções devido à importância da macaxeira na região do Juruá, principalmente na cidade de Cruzeiro do Sul pela matéria-prima da farinha, sendo ela hoje carro-chefe da economia do município.
A Universidade vem, junto com as outras instituições, procurando uma forma de conscientização e programação para planejar o próximo ano e a redução do ataque da Mandarová no cultivo da macaxeira”, disse o professor de agronomia do Campus Floresta da UFAC, Luiz Henrique Farinatti.
“Quero agradecer de antemão a Prefeitura de Cruzeiro do Sul, que tem tido essa preocupação com o nosso setor. O objetivo maior, hoje, dessa reunião é justamente pedir apoio das entidades competentes para ter uma visão voltada para a mandiocultura. Sendo que essa praga da Mandarová não só aqui em Cruzeiro do Sul, mas afetando todos esses municípios cercanos, a gente crê que as entidades têm que tomar uma iniciativa de prevenção. Agora, infelizmente, a gente tem que admitir que elas ganharam”.
“Esse ano, a Mandarová ganhou. Mas a gente tem que estar levantando as políticas públicas voltadas para possíveis ataques. Porque, senão, a renda do município tende a cair bastante. E sem contar que os nossos produtores vão ter uma dificuldade financeira para subsidiar o sustento de seus filhos”, disse Arlindo Pinheiro, Presidente de Associação Renascer da Vila Santa Luzia.
“A gente já começa a calcular as perdas que os produtores irão ter na produção, principalmente de farinha. É um momento de tristeza para a gente, porque o que já foi comido não tem mais como recuperar. O que nós temos agora é juntar todos os esforços que serão concentrados agora com as equipes técnicas, usando as mídias, usando os professores das escolas rurais, para que a gente possa levar essa mensagem de orientação, de como combater, de como conseguir quebrar o ciclo dessa lagarta, para que o produtor não tenha um prejuízo ainda maior”.
“Para esse ano, está tudo perdido. A gente acredita que para esse ano, os roçados que foram atacados, a gente não tem muito o que fazer. Então, a gente tem que prevenir junto com os produtores rurais, para que o ano que vem nós não tenhamos essa surpresa novamente. Porque o ciclo do Mandarová, que era de 4 em 4 anos, desde a década de 80, ele passou a ser agora quase que anual”.
“O decreto de emergência pelo município vem a ajudar o município a fazer ações emergenciais. E ações emergenciais requerem compra de equipamento, inseticidas, ajuda com kits para esses produtores, que no processo normal iria ter que ter uma licitação, aguardar todo aquele processo legal, e com o decreto de emergência ele poderá abrir mão dessa burocracia e fazer a aquisição de maneira imediata”, disse Marcos Pereira, representante da Secretaria de Estado da Agricultura na região do Juruá.
O prefeito em exercício, Henrique Afonso, diz que a situação da mandarová exige um plano de contingência para que todos os anos seja enfrentado de maneira sistemática.
“Nós vamos decretar emergência. Vamos também a partir dele formalizar um comitê para aqui também, nós tenhamos uma vez por semana uma sala de situação para discutir essa situação que agrava não só da economia da região do Vale do Juruá, como também principalmente dos produtores que poderão ter 50% de redução da produção da Mandioca e alimentos derivados somente a produção da Farinha”.
“O que pode acontecer é uma perda significativa de arrecadação, perda de PIB gerando sofrimento para os produtores que vivem e sobrevivem da produção da farinha e derivados”.
“O Prefeito Zequinha conseguiu uma audiência com o Senador Alan Rick e com o Ministro da Agricultura onde nós estaremos tratando esta situação”.
“O prefeito Zequinha já acionou procuradoria. O decreto é necessário para enfretamento desta situação que é grave para todo o vale. Estado com reunião, estamos fazendo um esforço para que esta crise não venha a afetar pessoas que vivem da mandiocultura, para auxiliar e socorrer estes produtores. Nossa ideia é de que da mesma forma das alagações, tenhamos um pano de contingência para pôr em prática todos os anos, já que a praga está praticamente anual”, concluiu o prefeito em exercício Henrique Afonso.
Quantas pessoas estão sendo afetadas? Quantas famílias? Hoje, a gente pôde ter um levantamento de mais de 960 famílias que foram atacadas. É isso que eu vivenciei diretamente.
Mais de 960 famílias. Isso, as pessoas, como a gente tem uma rede de WhatsApp, eles mandaram as informações, a gente pôde catalogar essa quantidade de pessoas.
Na Universidade Federal do Acre, curso?
Agronomia.
Professor, como é que se ouviu toda essa discussão envolvendo o lagarto Mandarová e qual a contribuição que a Universidade pode dar?
Esse envolvimento, na verdade, com a lagarta, vem nos últimos dias tomando também proporções grandes pelas instituições, o que leva à importância da macaxeira na região do Juruá, principalmente na cidade do Rio Grande do Sul, como matéria-prima da farinha, sendo ela hoje carro-chefe do município.
A Universidade vem, junto com as outras instituições, procurando uma forma de conscientização e programação para planejar o próximo ano e a redução do ataque da Mandarová no cultivo da macaxeira.
Arlindo Pinheiro Arlindo Pinheiro Presidente de Associação Presidente de Associação e Coordenador de Grupo Social e Ativista do Vale do Rio Pode ir, pode ir. Arlindo Pinheiro Professor Arlindo Tudo é bom, Jô Presidente de Associação Tenho nome de Associação Associação Renascida Vila Santa Luzia Presidente da Associação Renascida, Arlindo Pinheiro Então, senhor Arlindo, fala um pouco das dificuldades que esses produtores estão passando em relação a Mandarová, atacando a cultura da mandioca. Bom dia a todos. Para mim é uma satisfação imensa ter a oportunidade de estar dando essa entrevista.
Não sei quantas pessoas vai atingir, mas espero que atinja bastante pessoas.