Pais denunciam falta de transporte escolar em Acrelândia: ‘Os alunos ficam mais em casa do que na escola’

Um grupo de pais de alunos que moram em Acrelândia resolveu denunciar a escassez de transporte escolar devido a falta de manutenção em ônibus escolares que transportam os estudantes até as escolas da zona rural do município acreano.

A reportagem da Folha do Acre teve acesso a vídeos onde os pais denunciam a falta de transporte escolar. A represenante do movimento, Antônia Ribeiro, afirmou que a filha que cursa o ensino fundamental no município fica a maior parte do mês em casa do que na escola devido a falta de ônibus para realizar o transporte dos estudantes.

“Minha filha fica mais em casa do que na escola porque não tem ônibus escolar e não temos condições de levá-la até a escola. Aqui no Ramal do Progresso a maioria dos alunos depende do transporte escolar e muitos estão faltando porque os ônibus estão quebrados”, disse.

 

Antônia disse ainda que faz tempo que os pais reivindicam do Município de Acrelândia o conserto dos ônibus e a normalização dos transporte dos alunos.

“Não é de agora que lutamos para garantir um transporte escolar aos nossos filhos. Nossos filhos durante esse ano letivo têm ficado mais em casa do que na escola, correm risco de reprovar por faltas. Eles estão sendo prejudicados por não comparecerem à escola. Procuramos o Núcleo e a desculpa sempre é a mesma que vão mandar os ônibus para Rio Branco para serem consertados, mas até agora são só promessas”, disse a mãe.

Antônia conta ainda que salas de aulas que deveriam ter 30 alunos têm apenas 14 ou 15 devido a falta de transporte escolar.

“Passei agora nas salas e salas que deveriam ter 30 alunos têm apenas 14. Está faltando a metade. Tem salas de aula que está vindo quatro alunos. O lugar da criança é na escola”, concluiu.

Outro lado

A reportagem da Folha do Acre entrou em contato com o secretário de Educação de Acrelândia, Nilson Mendes de Carvalho, que explicou que atualmente três ônibus apresentam problemas no município, mas que dois já estão sendo consertados, inclusive, um deles volta a funcionar ainda esta semana.

“Temos um convêncio entre governo e Município onde alguns ônibus escolares são de responsabilidade do Estado. Neste caso, onde os pais reivindicam no Ramal do Progresso, o ônibus em questão é do governo e a peça danificada já foi encaminhada para Rio Branco para ser consertada. Dependemos dos prazos do governo e da oficina. Questão mecânica não depende da gente, depende de vários fatores, incluindo peças que precisam vir de outros estados e ordens de serviço. Por isso as vezes demora a voltar a rodar”, disse Nilson.

Nilson afirmou ainda que procurou os pais dos alunos para explicar a situação, mas ao chegar ao local do protesto os manifestantes não estavam mais na frente da escola.

“Assim que o diretor da escola Altina Magalhães me ligou eu fui até lá para explicar e conversar com os pais sobre o assunto, mas ao chegar lá já haviam saído do local. A administração municipal fez aquisição no ano de 2022 de 5 ônibus novos para melhorar o atendimento, pois os ônibus que o município têm são com mais de 10 anos de uso”, explicou o secretário.