Apenas nos dez primeiros dias de agosto, o Acre registrou 197 focos de queimadas, de acordo com os dados do Programa Queimadas, plataforma do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O Programa Queimadas voltou ao ar recentemente, de maneira temporária no portal do aplicativo Terra Brasilis, depois de ter sofrido um ataque hacker. De acordo com o INPE, a plataforma segue em manutenção para o restabelecimento total.
Em 2023, o Acre teve, até 10 de agosto, 457 focos de queimadas, número apenas 9% menor que o registrado no ano passado no mesmo período, quando foram detectados 504 focos de calor pelo satélite de referência do INPE.
Os municípios com os maiores registros de queimadas neste ano, até o momento, são Cruzeiro do Sul e Feijó, com 71 focos cada um, Tarauacá, com 54, Rio Branco, com 30, e Acrelândia, com 27. Os menores registros estão em Capixaba, Porto Acre e Senador Guiomard, com 4 focos para cada um deles.
Em todo o Brasil, o volume de queimadas em 2023 está apenas 1% acima do número registrado no ano passado: 44.075 neste ano contra 43.391 de 2022. Os cinco estados com os maiores números são: Mato Grosso (8.296), Maranhão (5.674), Pará (4.443), Tocantins (4.440), Amazonas (3.357) e Bahia (2.669).
No começo de julho, o governo do Acre, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi), declarou situação de emergência ambiental entre os meses de julho e dezembro de 2023. As normas estão dispostas no decreto estadual nº 11.271, publicado nesta quarta-feira, 5, no Diário Oficial do Estado do Acre (DOE).
A determinação é válida para os municípios de Acrelândia, Brasileia, Bujari, Cruzeiro do Sul, Feijó, Manoel Urbano, Sena Madureira, Tarauacá, Rio Branco e Xapuri e foi justificada em dados baseados em estudo realizado pelo Centro Integrado de Monitoramento Ambiental (Cigma), órgão ligado à Semapi.
Qualidade do ar
O aumento das queimadas reflete na qualidade do ar. No começo da manhã desta sexta-feira, 11, várias cidades acreanas tinham concentração de poluentes no ar acima do mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
As últimas Diretrizes de Qualidade do Ar da OMS (2021) recomendam o limite médio de 15 µg/m3 (microgramas por metro cúbico de ar) para um período de 24 horas. Em Capixaba e Assis Brasil, esse índice era de 20 µg/m³ por volta das 6h desta sexta-feira.
Ac24horas