Motorista que atropelou homem que teve perna arrancada disse ter dormido ao volante

Caio Henrique de Oliveira Poersch, que atingiu o motociclista Renan Felipe Bezerra da Silva em um acidente no final de julho, que causou a amputação de uma perna de Silva, foi ouvido pela Polícia Civil nessa segunda-feira (21), e disse que dormiu ao volante no momento do impacto. De acordo com a defesa de Poersch, ele foi diagnosticado com uma apneia grave recentemente. Ele também fez teste do bafômetro no dia do acidente, que teve resultado negativo.

“Foi relatado pelo Caio que adormeceu ao volante e que apenas acordou com impacto. Ao sair do veículo, ainda sem entender o que tinha ocorrido, foi se orientando aos poucos, acionou o SAMU para reforçar o atendimento às vítimas e permaneceu no local até ser levado ao PS. Fez o teste do bafômetro que restou negativo e até então tem se colocado à disposição das vítimas através de sua família a fim de reparação dos danos causados. Quanto a causa que lhe fez dormir ao volante tudo indica que seja em razão de apneia grave recém diagnosticada”, disse o advogado Mário Rosas.

O delegado Marcus Cabral, que está à frente das investigações, diz que agora aguarda melhora no estado de saúde do motociclista para ouvi-lo, e que, caso a recuperação demore, existe a possibilidade dele ser ouvido ainda no hospital. O passageiro que estava na motocicleta também já foi ouvido.

“Agora, a gente vai continuar, a vítima principal ainda precisa ser ouvida, ele está internado, se nos próximos dias tiver evolução, se ele não tiver, vamos ouvi-lo no hospital. O passageiro já foi ouvido, e agora, é realizar as perícias, e , após isso, é fazer uma análise minuciosa dos fatos, e encaminhar ao Poder Judiciário, que é quem vai fazer o julgamento”, explica.

Motociclista segue em recuperação

Além da amputação da perna, o motociclista teve um grave ferimento no braço e chegou a precisar de doações de sangue. Ele ficou na UTI do pronto-socorro de Rio Branco até a última sexta (18) e no sábado (19) contou ao g1 que lembra de todos os momentos de antes e depois do ocorrido e que agora está focado na recuperação para sair do hospital. Nesta terça-feira (22), ele diz que segue melhorando

“Meu braço ainda está grave, se não tivesse já iria pegar alta. Não estou pensando ainda como será a vida daqui pra frente. A única coisa que eu boto na cabeça é que estou vivo, quero só sair daqui e ir para minha casa. O resto a gente vai adaptando devagarinho. Não tive contato com ninguém da família do motorista, só minha família”, destacou.

Durante a corrida, o passageiro percebeu que tinha subido na moto errada, que o motociclista solicitado era outro, e Renan também recebeu uma ligação do passageiro dele. Porém, como a viagem tinha iniciado, Renan cancelou a outra corrida e seguiu com o passageiro que tinha pegado.

“O cara que estava me esperando me ligou, perguntei para ele [passageiro na moto] se era o fulano de tal, falou que não. Cancelei a corrida e fiz por fora. O rapaz muito gente boa, ia conversando comigo que estava aqui só para resolver algumas coisas da cirurgia do pai dele. A gente ia devagar, conversando. Eu não corro, lembro na hora do acidente que estava a 57 km, tentei desviar, mas não deu tempo”, relembrou.

O advogado de Poersch informou que ele segue à disposição para prestar auxílio a Silva.

“Agora vamos aguardar a conclusão do inquérito e prestar os devidos esclarecimentos à autoridade judicial. Também estamos à disposição para qualquer outro esclarecimento que o delegado julgar necessário e oportuno. Além disso, permanecemos à disposição das vítimas envolvidas a fim de auxiliar no que necessitar, pois continuamos acompanhando de perto com estado de empatia e consternados com o lamentável ocorrido”, finalizou Rosas.