Aluno morto após sair de escola em Rio Branco teria feito símbolo de facção durante live

O adolescente Júnior Henrique Miranda, de 15 anos, morto na última quarta-feira (12), depois de sair da aula, na Escola Estadual Antônia Fernandes, no bairro Santa Inês, em Rio Branco, foi vítima da violência entre facções criminosas. De acordo com um familiar do rapaz, que preferiu não se identificar, o jovem não tinha envolvimento com grupos, mas teria feito um gesto referente a um deles durante uma live com amigos em uma rede social.

Ainda segundo o parente, membros de um grupo teriam visto o conteúdo, e entraram em contato com o rapaz para questioná-lo. Ele chegou a pedir desculpas, mas ainda assim essa teria sido a causa do assassinato.

Não ficou claro se o símbolo feito pelos estudantes seria de um grupo rival ao que teria cometido o crime.

“Junto com uns amigos de escola, decidiram por conta própria fazer o gesto, mas foi brincadeira. Ele ainda pediu desculpas, tentou resolver do jeito dele, na inocência. Mas aí no dia, chamaram ele pra um canto, e ele, sem maldade, foi, porque convivia com essas pessoas que chamaram. Na verdade, ele teria dito que os amigos decidiram fazer a live com o celular dele”, contou.

O g1 entrou em contato com o delegado Alcino Junior, que coordena as investigações do caso, mas não recebeu retorno até esta publicação. Porém, de acordo com a família, a linha de investigação da Polícia Civil tem sido a de que a live teria motivado o crime.

Jovem era estudioso e trabalhador
De acordo com o familiar de Júnior, os pais do jovem são naturais do Paraná, onde a mãe dele ainda mora. Ainda conforme o relato, o jovem se dedicava aos estudos e no período da tarde trabalhava junto com o pai.

O parente também conta que o jovem já estava receoso após receber mensagens dos supostos criminosos por conta da live, e pediu para mudar de escola, mas não contou o motivo à família.

“Ele era muito estudioso, tinha a bicicleta dele, o telefone dele, e trabalhava à tarde, tinha o salário dele.”, disse.

A família espera por justiça, mas ressalta ainda que casos de violência como esse causam descrença.

“Essas pessoas não estão nem aí para nada. As famílias que têm a perder. A Justiça no Acre se acovardou e não dá resposta à altura. A polícia conhece esses bandidos, mas não adianta entregar na Justiça, porque o sistema é falho”, desabafou.

Com informações G1