A taxa de mortes violentas intencionais (MVI) subiu 21% no Acre em 2022 na comparação com 2021, o maior crescimento entre todas as unidades da federação. Foram 237 ocorrências no ano passado (taxa de 28,6 por grupo de 100 mil habitantes) contra 194 do ano anterior (taxa de 23,6/100.000).
Na taxa de mortes violentas intencionais por capital, Rio Branco teve redução de 28,4 ocorrências por grupo de 100 mil habitantes em 2021 para 26,3 em 2022.
São consideradas mortes violentas não intencionais aquelas decorrentes de homicídios dolosos, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, intervenção policial e morte de policiais. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (20), são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Com base na série histórica das Mortes Violentas Intencionais, que começa em 2011, o pior ano do Acre foi 2017, com 530 registros e números absolutos. Em 2018, houve uma queda, para 417, e em 2019 outra redução, para 319. Em 2020, voltou a subir, para 322, e em 2021, nova queda, para 194, conforme gráfico abaixo produzido pelo portal G1.
Já o Brasil teve uma redução de 2,4% nos registros oficiais de mortes violentas intencionais ocorridas ao longo de 2022, em comparação com 2021 – uma queda de 48,4 mil para 47,5 mil vítimas. O número é o menor registrado desde 2011, quando o estudo teve início – à época, o país teve 47.215 casos de mortes violentas intencionais.
Das cinco regiões do país, três tiveram alta nas mortes violentas intencionais: Sul (3,4%), Norte (2,7%) e Centro-Oeste (0,8%). As quedas ocorreram no Nordeste (-4,5%) e no Sudeste (-2%), o que puxou a redução geral dos números em todo o país.
De acordo com a supervisora do Núcleo de Dados do FBSP, Isabela Sobral, em reportagem da Agência Brasil, a queda nacional foi puxada principalmente pela diminuição da violência nos estados do Norte e Nordeste. Nas regiões Sul e Centro-oeste, as taxas de MVI cresceram 3,4% e 0,8%, respectivamente. As demais regiões registraram queda: Sudeste (-2%); Norte (-2,7%); e Nordeste (-4,5%).
De acordo com Isabela, a queda na taxa de MVI nos estados do Norte e Nordeste em 2022 é uma acomodação dos números, que pode ser explicada pelo patamar alto de comparação dos anos anteriores, a partir de 2016.
“A baixa [no Norte e Nordeste] está muito relacionada a essa questão de ter tido uma explosão muito grande de violência nos últimos anos lá. Agora, está voltando ao patamar anterior a essa explosão. E essa explosão no Norte e Nordeste é muito devida à questão do crime organizado. Facções como o PCC e o Comando Vermelho, que surgem no Sudeste nos anos 2000, migram para as regiões Norte e Nordeste e as mortes explodem”, destaca.
Apesar da queda nos índices, o Norte e o Nordeste ainda têm os estados mais violentos. O Amapá lidera o ranking de estado mais violento do país em 2022, com taxa de MVI de 50,6 por 100 mil habitantes, mais que o dobro da média nacional (23,4/100 mil). O segundo estado mais letal foi a Bahia, com taxa de 47,1 por 100 mil habitantes, seguido do Amazonas (38,8/100 mil).
Já as unidades da federação com as menores taxas de violência letal foram São Paulo, com 8,4 mortes por 100 mil habitantes, Santa Catarina, com 9,1 por 100 mil, e o Distrito Federal, com taxa de 11,3. Ao todo, 20 estados registraram taxas de MVI acima da média nacional.
Com informações do portal G1 e da Agência Brasil.