O caso de um homem negro, de identidade não revelada, morador do bairro Vitória, em Rio Branco, que acusou membros da Polícia Militar de cometimento de crimes de racismo e agressão na frente da família – sendo sua esposa e duas filhas, será alvo de um inquérito policial. A informação foi confirmada pelo promotor de direitos humanos do Ministério Público, Tales Tranin, ao ac24horas na manhã desta segunda-feira, 26.
O estudante do Instituto Federal do Acre (IFAC) e funcionário de uma empresa prestadora de serviço do governo, foi vítima de um golpe de imobilização no pescoço, conhecido por mata-leão na frente de sua família no último dia 15 de junho.
Tranin revelou que a investigação é necessária para a elucidação do caso. “Estou requisitando o inquérito policial para eventual abuso de autoridade, racismo e injúria racial”, comentou.
O promotor destacou ainda que o inquérito visa identificar a vítima, ouvir testemunhas e buscar informações administrativas da corregedoria da Polícia Militar. “Ouvir os polícias e saber se houve injúria”, declarou.
No dia da agressão, o homem detalhou que os militares lhe abordaram e disseram que a ação era porque ele era “preto” e acabou sendo atingido por spray de pimenta. “Percebi que eram policiais. Ele falou: ‘você é preto, é suspeito’. Foi me empurrando, me enforcando e os companheiros vieram jogando spray de pimenta no meu rosto. Tentei me esquivar porque desmaiaria, estavam gritando. O policial falava: ‘não me importo com você, é um preto, quero que vá para o inferno’. Falou isso para minha esposa também quando ela chegou perto para tirar o celular do meu bolso para gravar”, ressaltou.
Ac24horas