Coronel Ulysses rejeita ideia de que CPMI do 8 de Janeiro vai paralisar o Congresso: ‘Isso é desculpa’

 

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, o deputado federal analisou a formação do colegiado que vai apurar as invasões e depredações à Praça dos Três Poderes

A CPMI do 8 de Janeiro, que foi instalada nesta semana pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), deve começar na semana que vem, logo depois que os líderes partidários definirem os nomes que irão compor o colegiado de 16 deputados e 16 senadores. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito deve investigar os culpados diretos e indiretos pelas invasões e depredações feitas nos prédios da Praça dos Três Poderes no início do ano. Para falar sobre a formação da CPMI, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal coronel Ulysses (União Brasil). Para o parlamentar, é falsa a ideia de que a investigação vai paralisar a pauta do Legislativo: “Acredito que isso é uma desculpa. Foi utilizado como uma narrativa para tentar barrar e evitar a CPMI. Os trabalhos continuarão em todas as outras comissões e em outras CPIs instaladas, como a do MST, dos jogos, das Americanas. São várias CPIs que já estão sendo instaladas e esses trabalhos vão ter continuidade tranquilamente”.

“A CPMI é composta por 32 parlamentares, no caso 16 membros do Senado e 16 da Câmara dos Deputados. Nós somos 513 deputados, então temos condição de conduzir os demais trabalhos necessários para que nosso país venha a se desenvolver”, declarou. O deputado afirmou que, entre os prováveis convocados, o ministro da Justiça, Flávio Dino, é uma das figuras centrais: “Tem muito a responder”. “Logicamente todas as coisas e informações que foram repassadas anteriormente, conforme foi noticiado amplamente por toda a imprensa, chegou também ao conhecimento do ministro. Então ele tem que responder. Com certeza deve ser também uma das pessoas a serem ouvidas dentro da CPMI”, argumentou.

Para Ulysses o fato do governo ter tentado barrar a CPMI traz indícios de que membros do Executivo tem participação indireta nas invasões: “A CPMI foi tentada de todas as maneiras ser barrada por parte do governo. Nós não sabemos qual era o motivo, mas houve aliciação de deputados e senadores para que retirassem a assinatura da CPMI, várias abordagens nesse sentido. Então, tem alguma coisa que o governo queria esconder. O sigilo que foi colocado nas imagens que foram vazadas demonstra que existia algo a esconder. Um sigilo colocado para ser acessado somente após o término desse governo (…) Quem for culpado, que seja punido. Mas quem se omitiu, como é o caso do próprio presidente e do próprio ministro que sabia todas as informações, o ministro Dino, e também o ministro do GSI, que eles respondam assim como aquelas pessoas que foram presas”. O parlamentar elogiou a possível indicação de Arthur Maia (União Brasil) para presidir o colegiado e fez um apelo para que a comissão não vire um palanque.

“Temos hoje um membro do União Brasil. Arthur Maia tem uma experiência muito vasta, ele já foi presidente inclusive da Comissão de Constituição e Justiça. Tenho certeza de que se ele realmente for confirmado na presidência teremos uma direção mais técnica. A ideia das pessoas que estejam ali, principalmente da oposição, é de que o debate seja técnico, não seja um palco para lacração da internet, não seja um palco para alguém querer aparecer mais do que o outro. Que venha trazer à tona a verdade e que os culpados sejam punidos e responsabilizados”, declarou.