Bar do Zé Branco é levado por desbarrancamento do rio após enchente: ‘muito triste’, diz proprietário

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Parte da história do bairro da Base, em Rio Branco, e de seus moradores, o Bar do Zé Branco não resistiu a mais uma enchente do Rio Acre e teve parte da estrutura levada pelo desbarrancamento do manancial nessa quinta-feira (13). O estabelecimento existe na Base há 50 anos, sendo 36 apenas na Rua Barbosa Lima

Por ficar às margens do rio, o estabelecimento foi atingido pelas enchentes ao longo dos anos. O bairro da Base é um dos primeiros a ser afetado pelas águas do Rio Acre durante o inverno.

Este ano, o Rio Acre registrou a maior enchente dos últimos oito anos. O nível do rio chegou a 17,72 metros no dia 2 de abril. Mais de 75 mil pessoas foram atingidas pela enchente. Nesta sexta-feira (14), o nível do rio está com 10,40 metros.

Frequentado por políticos, celebridades e clientes de diversas regiões da capital, o estabelecimento leva o nome do aposentado José Antônio Veras, de 65 anos, mais conhecido por Zé do Branco. O idoso estava limpando o local na tarde dessa quinta quando parte da estrutura desabou.

“Desceu tudo de uma vez. Tenho uma casa na frente, está tudo entulhado lá. Tinha retirado as coisas e estava limpando na hora que caiu. Ia abrir nesta sexta, gastei R$ 1,5 mil com pedreiro para refazer o piso, coloquei lajota e ia passar para dentro para deixar tudo bonitinho, mas não deu certo”, lamentou Zé do Branco.

Nas redes sociais, a notícia do desbarrancamento pegou muita gente de surpresa e gerou uma onda solidariedade e comoção. A partir daí surgiu a campanha #ForçaZédoBranco para arrecadar recursos e ajudar o proprietário a abrir um novo ponto.

O aposentado disse que está em negociações para ficar em um prédio que há perto do antigo bar. É do estabelecimento que sobrinhos, netos, irmãos e outros parentes do idoso tiram o sustento.

“Passei a vida toda trabalhando, é uma coisa triste demais, estamos muitos tristes, estou sem comer, muito triste, a família toda trabalha aqui, neto, sobrinhos, irmãos. Muita gente depende daqui, temos que arrumar outro ponto o mais rápido possível”, afirmou.

O proprietário diz que equipes da Defesa Civil Municipal estiveram no estabelecimento nesta sexta e orientaram a retirar todos os pertences e não ficar ninguém no local.

“Sou funcionário público também, entrei no governo e me aposentei agora. Ganho R$ 1,6 mil, mas não dá [para se sustentar], tenho que trabalhar. É frequentado por muita gente da política, por deputados, governador, senadores. O Edmundo Pinto veio aqui na época. Estou saindo por questão de segurança, por causa dos clientes”, lamentou.

G1

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