Após serem ouvidas mais de 10 testemunhas de defesa e acusação, além do réu, Hitalo Marinho Gouveia, acusado pela morte de Adriana Paulichen, em 2021, o julgamento passou para a próxima fase nesta quarta-feira, 15 – onde membros do Ministério Público e advogado fazem suas argumentações aos jurados do Tribunal do Júri.
A promotora Manuela Canuto Farhat, começou citando os altos índices de feminicídio no país, onde em 2022, houve mais de 1.400 mulheres que perderam a vida, devido a violência cometida pelos homens.
A promotoria criticou ainda o argumento de defesa do acusado que tenta incriminar a vítima de ter, supostamente, tentado matar o filho antes da morte. “O réu é o Hitalo, não é a Adriana. Os senhores são inteligentes e captaram o movimento desse processo”, disse.
Manuela revelou ainda que a vítima não teria coragem de matar o pequeno Kalel. “Partir pra cima do filho é contra a natureza humana, uma mãe protege, cuida, ama. A defesa coloca Adriana como um monstro, ela não é um monstro”, destacou.
Em meio a argumentação, a promotora alegou que Hitalo executou a jovem de maneira fria. “O réu confessou que agiu para defender o indefensável, agora, o réu vai lá e mata a Adriana. E o que ele faz depois que mata? Parece que ele tá tranquilo, ele ligou para o Jean, outra pessoa, para uma ruma de gente, teve uma calma, parecia que tava matando uma barata. Ele matou aquela mulher de maneira fria, macabra”, comentou.
Além disso, a representante do MP, afirmou que o principal prejudicado pela morte de Adriana é o filho do casal, Kalel. Segundo ela, o acusado não pensou no bem estar da criança. “As pessoas que cometem suicídio, só pensam nele, não pensam no filho, na família. Além de não ter pensado na menina, não pensou no filho que só tinha 5 meses. Além de tirar o direito natural de todo filho receber o amor da mãe, ele ainda quer dizer filho, sua mãe quis te matar. Tenho muita dó dessa criança. Ele é um filho do feminicídio, infelizmente, ele é só mais um”, explicou.