Assessor de luxo do secretário de Saúde do Acre é acusado de tentar subornar site de notícias

 

O servidor público José Aiache, tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sintesac), é acusado de tentar subornar o proprietário de um site de notícias para desgastar a secretária adjunta da Sesacre, Taiane Belarmino dos Santos. O “serviço” custaria um cargo em empresa terceirizada que presta serviços à Secretaria de Saúde.

Ouças os áudios:

A orientação dada por Aiache é para publicar notícias que prejudicassem a subsecretária, apontada por ele como alguém que “está fazendo um inferno para derrubar o secretário”. A gravação deixa clara a recomendação dada ao jornal (ouça acima).

O jornalista deveria indicar alguém para cargo numa prestadora de serviços da Saúde.

“Abarca”, orientou Aiache ao jornalista. Ele pede que o repórter omita uma reunião em que Pascoal exigiu para os presentes desligarem o celular. Neste encontro estava a secretária adjunta, que teria se sentido humilhada.

“Tanta coisa para resolver na Saúde e esse cara vem fazer politicagem e extorquir a imprensa?”, reagiu Gadelha.

Aiache também responde pelo sindicato dos condutores de ambulância do Samu, instituição comandada pelo amigo pessoal e agora secretário de Saúde, Pedro Pascoal, que estaria em vias de ser exonerado. Pascoal era chefe do Samu antes de ser indicado ao cargo pelo grupo da ex-deputada federal Vanda Milani, tia do secretário.

Pascoal se articulou para que o sindicalista fosse cedido do seu órgão de origem, o Igesac, para assumir uma assessoria de luxo na Sesacre, dando-lhe poderes, inclusive, para tratativas envolvendo recursos financeiros, prerrogativa do gestor da pasta.

A vítima da tentativa de extorsão é o jornalista Hedislandes Gadelha, que gravou o crime.

O outro lado

Aiache, ao atender a reportagem, por telefone, disse que há muito tempo não fala com o jornalista Hedislandes Gadelha. Ele negou as acusações. “Estou sofrendo críticas direto. Estou tentando fazer uma saúde melhor para o nosso povo”, declarou ele. Questionado sobre um possível desgaste ao secretário Pascoal, o assessor afirmou:

“Não estou sabendo”.