Agricultores perdem até 70% da produção com cheia do Rio Acre e amargam prejuízo de R$ 50 milhões

 

No ramal Três Palhetas, no Segundo Distrito de Rio Branco, por exemplo, o alagamento ocasionou a destruição de plantações de arroz, milho, macaxeira, banana e demais roçados. Secretário adjunto de Agropecuária afirma que este pode ser “um dos piores prejuízos da história” sofrido pelos produtores rurais da Capital.

Na região do “cinturão verde”, onde se concentra a zona rural de Rio Branco, muitos agricultores estão amargando o prejuízo com o alagamento provocado pela cheia do Rio Acre, e seus afluentes, como o Riozinho do Rola.

No Projeto de Assentamento Moreno Maia, localizado no 2⁰ Distrito da Capital, uma das vias de acesso, o ramal Três Palhetas, está completamente debaixo d’água, o que ocasionou a destruição de plantações de arroz, milho, macaxeira, banana e demais roçados.

“Perdi toda minha plantação de arroz, macaxeira e banana. Quando a água atinge a produção, nada mais dá para recuperar. Não sei o que vou fazer! Se não tivemos ajuda das autoridades, vamos padecer aqui. Tudo aconteceu muito rápido, não deu tempo de salvar quase nada”, disse o produtor rural Custódio Belo, de 67 anos de idade.

O secretário adjunto da Secretaria Municipal de Agropecuária (Seagro), Emerson Leão, que a convite do vereador Francisco Piaba (União Brasil), visitou o local, garantiu toda ajuda necessária às famílias que perderam tudo em decorrência do alagamento.

“A prefeitura vai repassar, além do sacolão, água mineral e material de limpeza. Além das plantações, muitas casas também foram invadidas pelas águas do rio. Ao menos mil famílias que moram na zona rural devem receber ajuda, nesse primeiro momento, pequenos produtores e ribeirinhos”, destacou.

O gestor frisou que a única fonte de renda dessas famílias é com a produção dos seus roçados.

“É daqui que eles tiram a renda para sustentar suas famílias. Para plantar novamente e se manter até a colheita, vão precisar de dinheiro. A Secretaria de Agricultura acredita que a prefeitura vai conseguir, junto à Defesa Civil Nacional, recursos e até empréstimos para que o produtor possa recomeçar na terra. Esse pode ser um dos maiores prejuízos que a área rural de Rio Branco pode ter sofrido em toda a sua história. Por enquanto se fala em R$ 50 milhões com a perda de quase 70%”, salientou Leão.

O vereador Francisco Piaba, que também é produtor, disse que algo emergencial deve ser feito pelo poder público para ajudar essas famílias. “Essa é uma das áreas mais produtivas de Rio Branco, e muitos produtores estão sofrendo com essa cheia. Pouco pode ser salvo! Eles necessitam de toda ajuda, de alimentação a produtos de higiene e limpeza. Algumas famílias vivem em áreas mais isoladas. Todos estão pedindo socorro. Que possamos fazer algo por eles, pois a maioria dos alimentos que consumimos vem dessas plantações”, enfatizou o parlamentar.

Fonte: A Gazeta do Acre