Quem vê o espaço colorido, cheio de brinquedos e enfeites, nem imagina que se trata de uma delegacia no Conjunto Habitacional Cidade do Povo, no Segundo Distrito de Rio Branco, onde foi montada uma sala humanizada para atender quem precisa ir até a unidade.
Parte do público que busca atendimento no local precisa levar os filhos por não ter onde deixar. A situação chamou a atenção do delegado Samuel Mendes, titular da regional, que elaborou uma solução: uma sala humanizada, com ambiente mais leve para abrigar as crianças que chegam ao local.
“Foi um projeto idealizado pra dar mais um conforto ao público que nós atendemos. Muitas pessoas que procuravam a delegacia iam acompanhadas de crianças e adolescentes, muitas vezes por não ter com quem deixar. Ao chegar na delegacia, percebi que as crianças ficavam ansiosas, não tinham um lugar pra ficar, então surgiu essa ideia de fazer um espaço que as crianças possam esperar seus pais, e que possam ficar ocupadas, com brinquedos e brincadeiras. E acabou dando certo”, conta.
Quebra de paradigma
Com a idealização do projeto, o delegado também conseguiu doações de amigos e estabelecimentos comerciais, além do apoio de instituições como a Casa da Amizade. A mobilização garantiu brinquedos, móveis planejados e tapetes para o atendimento ao público menor de idade.
O espaço foi inaugurado em dezembro e contém brinquedos e material didático tanto para o público infantil quanto juvenil, e também é um ambiente usado para quando as crianças são as vítimas e precisam prestar depoimento.
“Aquele espaço humanizado faz com que ela se sinta mais à vontade, através de brinquedos, de uma didática que é estabelecida e faz com que ela se sinta bem confortável numa situação que muitas vezes é constrangedora, dela falar em um ambiente mais sóbrio como um cartório, por exemplo”, ressalta o delegado.
Na avaliação de Samuel Mendes, a ideia já tem dado resultados. Segundo ele, a iniciativa aproximou os moradores das forças de segurança na região, sobretudo as crianças, que passaram a visitar o local e falar com os policiais.
“Antes não existia essa situação de crianças visitarem a delegacia para se sentirem confortáveis. As crianças pedem para visitar o local, pedem para falar com policiais, e isso mostra aquele conceito de polícia comunitária, da Polícia Civil se integrar mais à população, em especial ao público infantil”, analisa.
Solidariedade
Mas, não é só na delegacia que Samuel faz a diferença. Além do espaço reservado ao público infanto-juvenil na delegacia, ele também mantém um trabalho social com a entrega de cestas básicas e outros itens a pessoas carentes, principalmente em datas como o Natal.
O delegado explica que as doações também incluem kits para auxiliar o público necessitado a ter uma fonte de renda. “São pessoas que a gente encontra na rua. Sempre o mesmo perfil; pessoas idosas, de baixa renda, que moram sozinhas. Na verdade, é um auxílio, mas não é constante, é mais no final do ano”, diz.
G1