A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar as ameaças que o vereador Gilvan Souza (PCdoB) fez contra a vereadora Eliane Abreu (PP) durante sessão extraordinária da última sexta-feira (28) no Bujari, interior do Acre. O delegado Bruno Coelho, que preside a investigação, tenta descobrir se as agressões verbais proferidas contra a vereadora foram em decorrência dela ser mulher.
“Não é a primeira notícia-crime que é registrada na delegacia em desfavor desse vereador e não temos relatos de que tenha ameaças ou constrangimento dessa forma contra homens. Então, tudo leva a crer que pode sim ter ocorrido algum tipo de constrangimento em decorrência do gênero, do sexo da vereadora ou por questões políticas também”, destacou o delegado.
A reportagem entrou em contato por ligação telefônica e mensagens com o vereador e aguarda retorno. O presidente da Câmara de Vereadores do Bujari, vereador James Mourão, afirmou que vai se posicionar sobre os fatos após concluir um reunião com o jurídico da Casa.
O caso foi registrado durante discussão de um projeto que retiraria o pagamento de gratificação a servidores municipais, ao qual a vereadora era contrária. Gilvan Souza teria iniciado as ofensas após o posicionamento da parlamentar. Com o início das ofensas, Eliana tentou contra-argumentar e a discussão seguiu até o momento que Gilvan Souza partiu para agressão física e disse que iria quebrar a vereadora.
Ainda segundo Eliane, o parlamentar apresentava sinais de embriaguez e só não conseguiu efetuar as agressões físicas porque foi contido por outro colega.
Testemunhas ouvidas
A vereadora registrou um boletim de ocorrência na delegacia do Bujari. Além dela, o delegado Bruno Coelho ouviu também outras duas testemunhas do caso. Cerca de oito pessoas devem prestar depoimento sobre os fatos no decorrer desta semana.
“Iremos aprofundar as investigações em razão da gravidade dos fatos, todas as vítimas mulheres que registrem ocorrência na delegacia sempre têm prioridade, a gente procura investigar de uma forma mais célere justamente pela vulnerabilidade dessas vítimas. Creio que nos próximos dias finalizaremos as investigações e encaminharemos ao poder judiciário para que possa prosseguir na persecução penal”, destacou.
Inicialmente, o inquérito foi aberto por ameaças, contudo, poderá ser alterado para outro tipo de crime no decorrer das investigações. “Pode evoluir para violência contra a mulher. Vai depender da investigação”, disse.
Em 2021, a vereadora também chegou a apresentar uma denúncia semelhante contra Gilvan Souza. Durante uma sessão, ele a teria ofendido e ela prestou queixa. O fato acabou sendo resolvido dentro do código de ética da Câmara de Vereadores e o processo foi concluído com um pedido de desculpas.
Com informações G1