Luiz Calixto: o Richelieu da Casa Civil e a tentativa de poder absoluto

No Acre temos um Armand-Jean Du Plessis, o cardeal de Richelieu tupiniquim. Ele atende por nome de Luiz Calixto e dá as cartas na Casa Civi.

A exemplo do Richelieu original ele também impõe sua vontade usando aquele tom grave e cara de que sabe de tudo, quando não dá certo ele tenta descredibilizar as pessoas, especialmente jornalistas. Faz parte do novo projeto “absolutista” deles, os iluminados da Casa Civil, um desmonte da imprensa e, para isso, optam por desmoralizar. A palavra preferida de Calixto para referir-se a jornalista é chantagistas. Tenta em vão tirar a credibilidade dos profissionais como forma de estender seu poder absoluto sem fiscalização, mas, obviamente, não conseguirá.

A imprensa é e deve ser livre. É deselegante e arrogante a forma que Calixto tenta massacrar a imprensa. A quem interessa massacrar a imprensa e porque não querem os holofotes da mídia sobre o que fazem no serviço público? Ele disse hoje em um texto que tudo que faz é com aval do governador. Quero crê que o governador Gladson Cameli não concorda com esse tratamento desrespeitoso e arrogante.

Cardeal de Richelieu (1585-1642) foi um político francês, primeiro-ministro e chefe do Conselho Real de Luís XIII. Por 18 longos anos impôs sua vontade e estabeleceu a monarquia absoluta na França. A exemplo de Richelieu, Calixto também tem imposto sua vontade. O ar de sabichão e os ataques raivosos a jornalistas é uma forma de intimidar para dominar.

Outra coincidência é a que o absolutismo implantando por Richelieu surgiu justamente para atender às demandas da nobreza feudal e da burguesia mercantil. Esse é o mesmo interesse dos que conduzem a Casa Civil atualmente.

Luiz Calixto possui inúmeras qualidades, é um exímio orador e usará isso para atacar os que lhe atravessam o caminho. Acompanhei muitos discursos dele na Assembleia Legislativa quando ele era deputado, a propósito ele era um bom deputado, porém péssimo político. Nunca conseguiu ter muitos votos, sempre se elegeu na rabeta. Não entendo como se arroga de grande articulador se não conseguia articular suas campanhas e acabou derrotado. Voltando aos discursos dele na Assembleia eu vi muitas vezes aqueles ataques de ira em que uma baba escorria pelo canto da boca e acabava assustando os opositores que se calavam. Eu não cedo no grito, na pressão e nem tenho medo de difamação. Se precisar eu limpo a baba que escorrer raivosa e retomamos o diálogo. Não sou covarde.

Ao contrário de alguns eu não tenho cúmplices, tenho amigos. Seguirei meu jornalismo tranquilamente, mas não pensem que tenho medo de ataques (meu couro já é duro, como dizem) e nem temo gritos. Gritar eu também sei. Morava numa casa com 10 pessoas e para ser entendida era só falando muito alto. Então isso eu sei, assim também como sei sobreviver a dias difíceis. Eles passam. Os Calixtos e Donadoni também passam.

Quanto à empáfia de homem rico, branco é bem nascido que ostenta o Donadoni, chefe da Casa Civil, que quando olha para a gente de baixo para cima como se medindo o que ele considera menor que ele, também não intimida. Preta, pobre, porém sei meu valor. Tenho orgulho de quem sou, da minha história, da minha cor. A minha amizade com o governador se tornou pessoal embora a tropa de choque comandada pelo quinteto do mal não deixem mais que haja aproximação. Não tem problema, eu continuo o considerando, mas não vou aceitar maus tratos e desrespeito dos iluminados da Casa Civil.

Preciso só de 5 minutos com o governador para agradecer por tudo que ele, Ele, fez e dizer que assim não dá para ser aliado. Tenho uma dívida de gratidão com o governador que é impagável: ele me apoiou quando minha irmã tava morrendo de câncer. Não foi só a ajuda de conseguir avião para trazê-la para morrer no Acre quando entrou no tratamento paliativo. Foi mais que isso. Contou muito o apoio, os abraços, as ligações para falar bobeira quando eu tava em crise de ansiedade e ele tentava me acalmar. Ele é absurdamente sensível e amigo, mas preciso separar a imagem dele dessa nojeira da Casa Civil. A propósito, eu não pedi ajuda quando a Socorro, minha irmã piorou, em Porto Velho, ele que ofereceu e que se pôs ao meu lado para ajudar. Jamais esquecerei. Torço para que ele não sucumba ao que está acontecendo em seu governo.