Em ofício enviado à direção da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na quarta-feira, 7, a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FENAPRF) requisitou informações sobre as ações da PRF planejadas para posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva(PT) no dia 1º de janeiro. Leia a íntegra.
No documento, o presidente da entidade de classe da própria PRF, Dovercino Borges Neto, manifesta preocupação com “a organização de movimentos em âmbito regional e nacional de bloqueios e interdições de rodovias nas proximidades” da data da posse de Lula.
Segundo ele, a direção da PRF deve “assegurar a livre circulação por todas as rodovias federais, garantindo o direito de ir e vir de todos os cidadãos, evitando que ocorram os bloqueios e interdições vistos no período após o segundo turno das eleições”.
O ofício é endereçado a Antonio Marco Territo de Barros, diretor executivo da PRF. No documento, o presidente da FENAPRF questiona:
- Se o setor de inteligência da corporação está monitorando possíveis lideranças, inclusive nas redes sociais, que estejam articulando eventuais bloqueios nas estradas federais;
- Se a PRF começou o planejamento operacional e se vai pedir reforços para evitar bloqueios nas rodovias;
- Se o efetivo convocado é suficiente para fazer a escolta das autoridades que participarão da posse;
- Se há recursos financeiros para assegurar o trabalho na posse ou se houve pedido de verba extra do Ministério da Economia;
- Se a direção-geral orientou os superintendentes da PRF a articularem ações de policiamento em conjunto com as forças de segurança estaduais.
A atuação da PRF na eleição colocou a corporação no centro de uma investigação por possível desvio de finalidade e uso político. Operações envolvendo o transporte público de eleitores desautorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ocorreram em massa no Nordeste – principal reduto político de Lula. Na sequência, a corporação foi acusada de demorar para desmobilizar os bloqueios nas estradas federais, montados por manifestantes inconformados com a vitória do petista nas urnas.
O diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, se tornou réu por improbidade administrativana Justiça Federal do Rio de Janeiro em novembro. Na ocasião, o juiz da 8ª Vara federal do Rio, Jose Arthur Diniz Borges, atendeu a um pedido do Ministério Público Federal, que defende que Vasques fez uso indevido do cargo em benefício eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha presidencial deste ano.