Passagem aérea pode ficar mais cara; Petrobras eleva querosene de aviação em 7,27%

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Medida afeta cerca de 1% dos voos domésticos da companhia aérea (Avolon/Divulgação)

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), principais compradores do produto, o querosene de aviação acumula aumento de 58,8% no ano.
Depois de fazer alarde sobre cortes no preço do QAV (querosene de aviação) durante a campanha do primeiro turno das eleições, a Petrobras decidiu silenciar sobre aumento no mesmo produto próximo à votação do segundo turno, que terminou com derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A alta de 7,27% foi divulgada nesta sexta-feira (4) pela Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), principais clientes desse produto. Com esse anúncio, diz a entidade, o QAV acumula aumento de 58,8% no ano.

O QAV tem reajuste mensal. Até as eleições deste ano, as companhias aéreas eram informadas dos percentuais no fim de cada mês, sem que a Petrobras divulgasse as mudanças ao mercado ou à imprensa.

Com alarde

No fim de agosto, já em meio à campanha eleitoral, a estatal passou a divulgar comunicados sobre esse e outros produtos voltados ao mercado corporativo, como o asfalto. A mudança de estratégia em um período de queda nos preços foi vista como ação eleitoral.

No dia 26 de agosto, houve corte de 10,4%. No dia 28 de setembro, às vésperas da votação em primeiro turno, a Petrobras voltou a divulgar comunicado sobre corte no preço do QAV, desta vez de 0,98%. Nos dois casos, a empresa disse estar acompanhando a queda das cotações internacionais.

Sem alarde

Se mantivesse a mesma política de divulgação, publicaria um comunicado com a alta de 7,27% na véspera da votação em segundo turno. Mas recuou e informou o aumento apenas às companhias aéreas.

“O reajuste no preço do QAV mantém um cenário extremamente difícil para as empresas aéreas e é um tema de constante preocupação para nós e para todo o setor, pois representa quase metade dos custos da operação”, afirmou o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.

“É urgente a revisão do modelo de precificação do QAV, pois 90% do combustível é produzido aqui, mas pagamos o preço de um produto importado”, completou, na nota divulgada nesta quinta pelas companhias aéreas.

O cenário atual de intensa volatilidade ainda traz muitos desafios para a aviação brasileira. Além do QAV, a cotação do dólar também impacta os resultados das empresas, indexando cerca de 50% dos custos do setor.

A Tribuna

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