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Mercado do Acre já sofre com desabastecimento: ‘À beira de um colapso’, alerta Acisa

Por Redação

Segundo Associação Comercial e entidades ligadas ao comércio, faltam combustíveis, cimento, cerveja e produtos perecível. Postos amanheceram com filas nesta terça-feira (22).

O bloqueio ilegal feito por bolsonaristas em trechos da BR-364, em Rondônia, já causa desabastecimento do mercado acreano. É que essa estrada é a única que liga o Acre ao restante do país e por onde chegam mercadorias de todos os setores, via terrestre.

Entre os produtos já em falta estão os combustíveis. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Gás Liquefeito de Petróleo e Lubrificantes do Acre (Sindepac), Delano Lima, há postos na capital já sem o produto e, na manhã desta terça-feira (22), vários estabelecimentos amanheceram com filas de motoristas tentando garantir o abastecimento dos veículos.

Por conta da falta de combustíveis, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans) anunciou que a frota de ônibus de Rio Branco foi reduzida a partir desta terça-feira (22) para racionamento de combustível. Dos 101 veículos que circulam diariamente na zona urbana e rural da capital, apenas 71 passam a atender a população a partir desta terça.

As interdições nas rodovias federais de Rondônia continuam em cinco pontos, segundo boletim divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), às 8h18 desta terça-feira (22). Os atos são feitos por grupos contrários ao resultado das eleições, divulgado há três semanas.

Atualmente, em Rondônia, estão interditados trechos da BR-364, da 425 e 435. Não há bloqueios em rodovias federais do Acre.

‘À beira de um colapso’

Conforme o presidente da Associação Comercial do Acre (Acisa), Marcelo Moura, o comércio já começou a sentir a falta de alguns produtos, como é o caso dos alimentos perecíveis, que têm baixo estoque e são os primeiros afetados quando há algum impedimento de transporte pela rodovia.

“Estamos à beira de um colapso de desabastecimento, alguns setores muito mais prejudicados, dos perecíveis, principalmente, temos pelo menos seis pontos de interrupção do trânsito entre Vilhena e Rio Branco, é a única BR e isso interrompe nosso abastecimento. Postos já alguns sem combustível, já fechados hoje, produtos perecíveis em falta nos supermercados e daqui para domingo [27] a tendência é que vá esvaziando as prateleiras mesmo. Existe também essa reação do público quando acha que vai faltar, já começa a estocar, então já estamos vivendo isso, infelizmente, e não tem nenhuma previsão de volta da normalidade”, disse Moura.

Ele afirmou ainda que empresas de São Paulo já pararam de carregar para o Acre. “Transportadora de São Paulo não carrega porque sabe que vai ficar parado na estrada. Então, a tendência é que a gente tenha um problema muito grande na próxima semana.”

Falta cimento

O presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), José Adriano informou que os empresários já relatam, por enquanto, a falta de cimento, o que, segundo ele, acaba prejudicando, sobretudo, o setor da construção civil, além de alguns outros segmentos ligados a ele.

O consultor institucional da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-aC), Egídio Garó também confirmou que já percebe-se a falta de alguns itens.

“O que mais tem apresentado dificuldades de consumo são os combustíveis. Por conta dos bloqueios que ocorrem em Rondônia, pode-se produzir um cenário em curto prazo para que, efetivamente, se perceba desabastecimento no comércio local, especificamente, naqueles que tratam de gêneros alimentícios adquiridos por meio de importação interna”, afirmou Garó.

A Associação de Bares, Restaurantes, Conveniências, Distribuidoras e Eventos do Acre (Abrace), informou que já faltam também cervejas no estado. “Vários produtos já não tem mais, como embalagens de 600ml, cerveja long neck tem poucas opções, litrão tá em falta também. E, segundo a gerência da Ambev que representa 70% do mercado, enquanto não abrir a estrada não terá produtos”, afirmou o presidente da Abrace, Leôncio Castro.

G1

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