Flávio Dino e Aloizio Mercadante, coordenadores da transição de Lula, destacam preocupação de Paulo Cézar com o bloqueio de rodovias e fronteiras

O coordenador da área de Segurança, na transição para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, senador eleito Flávio Dino (PSB/MA) comentou a respeito do encontro que teve com o secretário de Segurança Pública do Acre, Paulo Cézar Rocha dos Santos. Ele afirmou que Paulo Cézar demonstrou preocupação com os bloqueios em rodovias federais promovidos por descontentes com o resultado da eleição para presidente.

Paulo Cézar disse a Flávio Dino do risco de desabastecimento de água, por exemplo, com os bloqueios. Isso porque os insumos para tratar a água ficaram retidos no Mato Grosso. Em Rondônia, durante o início desta semana foram registrados vários pontos de bloqueio ao longo da BR-364.

Flávio Dino assegurou que o novo governo agirá com o rigor da lei para permitir o direito constitucional de ir e vir dos brasileiros. Ele classificou o fechamento das rodovias como “um ato criminoso e antidemocrático”.

“Nós temos um cenário inaceitável que é o bloqueio de rodovias. Uma coisa é uma manifestação episódica, que faz parte da vida democrática de qualquer país do mundo, numa rodovia, rua, numa via urbana, temporária, datada. Isso faz parte da vida democrática. Outra coisa é uma sabotagem, com bloqueio, com impedimento dos direitos fundamentais. O secretário de Segurança Pública do Acre nos narrou que o abastecimento de água do Acre estava colapsando por conta de bloqueio de estrada, porque os insumos necessários a tratar a água estavam retidos no Mato Grosso. Então, claro que há um cenário, uma estratégia sendo trabalhada nesta direção, de que bloqueio de estradas jamais!”, pontuou.

Flávio Dino é cotado para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública do novo governo.

Coordenador de grupos temáticos da equipe de transição, o ex-ministro Aloizio Mercadante, também destacou a preocupação de Paulo Cézar com as fronteiras. De acordo com o ministro, o secretário acreano, juntamente com secretários de Segurança de outros estados fronteiriços, relatou a preocupação de combater o crime organizado com baixo orçamento.

 

“Esse trabalho ostensivo de combate ao tráfico quem faz é a PM e a Polícia Federal, especialmente nestas estruturas montadas nessas áreas criticas. E o que está acontecendo é a desmobilização dessas estruturas, o que vai gerar uma avenida para o tráfico de drogas e nós não podemos permitir. Eu não estou dizendo nem do nosso governo no ano que vem, eu estou dizendo para fechar esse mês e para não acontecer isso em dezembro, porque são danos irreparáveis aos interesses da segurança pública do País. Presta a atenção no que vou repetir: não estamos falando do nosso orçamento. Estamos falando do orçamento para fechar o ano”, disse o coordenador.

E acrescentou Mercadante: “vários governadores destacaram o risco disso que esta acontecendo nas fronteiras. Vários secretários de Segurança destacaram essa preocupação, especialmente da região amazônica, mas não só, na fronteira seca também. Mato Grosso do Sul, Mato Grosso falou, Amazonas falou, Pará, o Acre. Nós escutamos todos os secretários e deram muito destaque a importância de manterem essas equipes que atuam na fronteira todas focadas no combate especialmente ao tráfico de drogas”.