A subida repentina do Rio Acre provou o acúmulo de balseiros – restos de galhos que descem na bacia do rio – no local onde funciona as bombas de captação da Estação de Tratamento de Água (ETA I) no manancial. As águas começaram a subir ainda na semana passada e, segundo o Serviço de Água e Esgoto (Saerb), o sistema da estação precisou ser desligado totalmente na sexta-feira (25) e sábado (26). Neste domingo (27), a captação ainda segue reduzida em 40%.
As bombas que antes estavam captando 1,5 mil litros por segundo, agora estão alcançando 900 litros por segundo. O Rio Acre registrou, neste domingo (27), uma subida repentina saindo de 2,14 metros para 5,90 metros. De acordo com a Defesa Civil de Rio Branco, a alta se dá devido a vazantes em outros rios da bacia, mas este cenário ainda deve mudar e o manancial se manter seco até o final de novembro.
O diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira, diz que a redução foi necessária para evitar danos maiores à estrutura da ETA. Além disso, explicou que o sistema precisou ser desligado por dias seguidos, uma vez que foi preciso fazer a mudança das bombas e também para fazer a limpeza nos motores, que também foram afetados com o acúmulo de balseiros.
“Como está chegando agora o período chuvoso, o Rio Acre sobe muito rápido e fica instável. A gente está acompanhando o movimento das águas desde o Peru, Brasileia, Assis Brasil e Xapuri e aí a gente soube que vinha muita água e precisou fazer uma alteração das nossas adutoras, que pegam água do rio e jogam para a ETA I. Sexta-feira [25], a gente parou por quase 10 horas a ETA I e paramos totalmente para fazer essa mudança porque os balseiros poderiam levar o flutuante que fica as bombas, mas ontem [sábado,26] amanheceu muito balseiro no flutuante e estava comprometendo o abastecimento, porque afetou parte do motor de bomba, adutora, e aí tivemos que parar para fazer a limpeza”, destaca.
A turbidez do rio também é um desafio, já que as águas ainda estão chegando ao manancial. “Hoje está quase normalizando, mas ainda temos muito balseiro e quanto mais turbidez a água fica pior de tratar. Está normalizando, mas deixa uma sequela de bairros por abastecer. Não deixamos de abastecer, mas fica um rodízio mais demorado”, alerta.
G1