A presidente da Associação dos Policiais Militares do Acre (AME-AC) Kalyl
Aquino de Moraes, se reuniu na manhã de ontem com o comando-geral da Polícia Militar do Estado do Acre (PMAC) para sugerir a revogação da Portaria da Corregedoria que proibia que militares participassem de qualquer ato público reivindicatório, pois a medida fere o princípio consti- tucional do cerceamento da liberdade da categoria de se manifestar por seus direitos. Esclareceu que o Estatuto Militar já impede que a caserna participe de atos ou manifestações com cunho político-partidário.
Destacou que a entidade recebeu com temor a recomendação no ofício 20178/2022/PMAC, em que proibia os militares em sua hora de folga de participar de manifestações reinvindicatórias.
Por medida de precaução acionaram assessoria jurídica para tomar as devidas providências, em busca de resguardar o direito fundamental dos sócios da AME-AC.
“O encontro com a cúpula do alto comando da nossa corporação contribui para dirimir as dúvidas”, observou Kalyl.
Tudo começou após um militar fardado ter participado de uma manifestação bolsonarista descontentes com o resultado das eleições presidencial, em frente ao quartel do 4o Batalha de Selva e Infantaria (4oBIS).
Os manifestantes estão acampados no local há mais de duas semanas, para pedir intervenção dos militares no país, mas a Procuradoria da República no Acre (PGE/AC) já solicitou da Polícia Rodoviária Federal no Acre (PRF/ AC) a identificação dos líderes movimento paredista e os seus supostos patrocinados para serem responsabilizados criminalmente.
Mesmo com uma decisão do ministro do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) de desobstrução das ruas Valério Magalhães e Colômbia no entorno do batalhão do Exército Brasileiro (no bairro da COHAB do Bosque), os golpistas continuam acampados num terreno baldio para pressionar os militares pela anulação do resultado eleitoral, com a alegação de fraude nas urnas eletrônicas sem nenhuma comprovação do relatório
encaminhado pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral do acompanhamento paralelo dos técnicos militares.
A decisão judicial em vigor recomenda a autoridade policial de identificar os veículos usados para bloquear as ruas de acesso a unidade militar e determina a aplicação de multa no valor de R$ 100 mil aos proprietários, inclusive a identificação dos organizadores do ato antidemocrático que estão dando apoio logístico e financeiro aos manifestantes que contestam o resultado das eleições do último dia 30 de outubro deste ano, esse valor é correspondente a cada hora de desobediência a uma ordem judicial. Os pecuaristas Jorge Moura e Henrique Luis Cardoso Neto (proprietário da fazenda Nictheroy), foram identificados pelos órgãos de segurança como os financiadores destas manifestações antidemocráticas.
A Tribuna