Viagem de Rio Branco a Cruzeiro do Sul pode levar mais de três dias, segundo motoristas

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Um mar de lama, falta de sinalização e buracos, muitos buracos. Esse é o cenário enfrentado por quem se arrisca a percorrer os 636 quilômetros da BR-364 que separam Rio Branco de Cruzeiro do Sul, as duas maiores cidades acreanas.

De acordo com condutores, o percurso entre a capital do estado e a segunda maior cidade do Acre pode levar mais de três dias, sempre com a certeza de muito sofrimento em uma estrada cuja condição de precariedade parece se eternizar.

Parte das dificuldades enfrentadas em um dos trechos mais críticos da rodovia federal do Acre foi relatada na manhã deste domingo (16) pela página intitulada Boca no Trombone AC. As fotos mostradas na reportagem são de Katyana Aguiar.

Entre Cruzeiro do Sul e Tarauacá, na última sexta-feira (12), um caminhão transportando gás de cozinha ficou atravessado na estrada nas imediações do rio Jurupari, causando 12 horas de bloqueio da rodovia.

As dificuldades de tráfego afetam, além de ambulâncias e caminhões, os ônibus intermunicipais que fazem a linha entre Cruzeiro do Sul e Rio Branco. A viagem que costumava ser feita em 12 horas, no inverno rigoroso chega demorar muito mais.

Desde o final dos anos 1990, mais de R$ 1,5 bilhão em obras de pavimentação já foram investidos no trecho acreano da BR-364 sem que a rodovia jamais tenha alcançado uma condição satisfatória de trafegabilidade por tempo considerável.

Nesta última semana, voltaram à tona rumores de que os recursos disponíveis para as obras de manutenção que estão em andamento estão se acabando. O ac24horas obteve informações não oficiais de que as verbas existentes se esgotam ainda no mês de outubro.

Confrontada há alguns meses com a possibilidade de suspensão das obras em execução no estado por falta de recursos financeiros, a direção do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) negou a hipótese.

Na oportunidade, a autarquia federal informou que os recursos disponibilizados para este ano estavam sendo usados nos serviços de conservação das rodovias no estado e que mais recursos estavam sendo buscados para o seguimento das obras.

As informações levantadas indicam que os recursos disponíveis para a realização das obras de manutenção das rodovias federais no Acre realmente estão se escasseando e se limitam aos serviços que já estão em andamento.

Essas obras se referem a trechos pontuais na BR-364, de Sena Madureira a Tarauacá, e locais específicos da BR-317, como pontos de rupturas de bueiros entre Rio Branco e Brasiléia, além do trecho que vai até Assis Brasil.

A reportagem também apurou que apesar de em setembro ter havido um reforço de cerca de R$ 8 milhões por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para o estado, a verba realmente pode acabar ainda este mês.

Ainda de acordo com as mesmas fontes com quem o ac24horas conversou, há a expectativa por mais um repasse do órgão federal para a superintendência regional do Acre, de R$ 20 milhões, que já estaria alinhado com o Ministério da Economia.

Na última sexta-feira, 14, a reportagem tentou contato com a Superintendência Regional do Dnit no Acre, no intuito de obter um posicionamento oficial do órgão a respeito do assunto, mas não obteve sucesso até o fechamento desta publicação.

Em maio passado, o superintendente regional do Dnit no estado, Carlos Henrique de Assis Moraes, informou que a comunicação da autarquia federal com a imprensa estava centralizada em Brasília e forneceu e-mail e telefones de assessoria. Contudo, esses canais não respondem às tentativas de contato.

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