“Sequela para o resto da vida”; especialista do Acre alerta sobre risco de não vacinar

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Devido a baixa cobertura vacinal registrada em todo o país, neste ano, o Ministério da Saúde (MS) estendeu até 30 de setembro a campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação. No estado acreano, na primeira fase, apenas 11,7 mil crianaça do grupo prioritário foram vacinadas.

Conforme os dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), a estimativa é de vacinar 64.932 crianças maiores que um e menores de cinco anos, mas com os números alcançados a cobertura ficou apenas em 18%. O que acende o alerta.

Procirado por A Gazeta, o médico infectologista Eduardo Farias, disse que essa baixa procura por vacinação é uma onda global, o que prejudica a todos.

“Existe uma campanha antivacina deliberada no mundo inteiro. Existem grupos no Estados Unidos, Europa. No Brasil, com a chegada do governo Bolsonaro, da negação da ciência, isso ganhou força, refletindo em todos os esquemas vacinais. A cobertura vacinal na infância está baixa também por conta disso e também por conta da Covid-19, que interrompeu muitos serviços e rotinas”, observa Eduardo.

De acordo com o médico, a poliomielite ou paralisia infantil é uma doença viral, sem registros de casos no Brasil desde a década de 90. Entretanto, o vírus ainda circula no mundo.

“A gente vê casos na Ásia, na África, Afeganistão, Paquistão e alguns outros países da Ásia ainda registram casos anuais de poliomielite. Ou seja, esse vírus circula no mundo ainda, portanto, com a facilidade que a gente tem hoje de comunicação e transportes, é possível de uma pessoa portar esse vírus, mesmo assintomática, e reintroduzir no Brasil. É por isso que é importante se manter coberturas vacinais que sejam adequadas”, alerta o infectologista.
O ideal é que a cobertura vacinal esteja sempre acima de 95% do público alvo. “Quando olhamos especificamente para a poliomielite, temos coberturas vacinais baixas. Neste ano, não chegou a 50%, o que é muito baixo. E se por acaso o vírus é reintroduzido no Brasil, especificamente no Acre, nós corremos o risco das crianças ficarem suscetíveis a uma doença que pode causar uma sequela para o resto da vida, exatamente a paralisia”, observa Farias.

O médico faz um pedido aos pais. “É muito importante que os pais se conscientizem e levem seus filhos para se vacinar”, frisou.

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