Presos denunciam agressões durante banho de sol em presídio de Rio Branco; MP investiga tortura

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Pelo menos 9 presos do pavilhão D do complexo ficaram feridos durante intervenção do Gpoe no banho de sol da última terça-feira (23). Iapen-AC afirmou que presos desobedeceram ordem e foi preciso fazer uso progressivo da força.

Cerca de nove presos do pavilhão D do Complexo Prisional de Rio Branco denunciaram ao Ministério Público do Acre (MP-AC) que foram agredidos por policiais penais durante o banho de sol no último dia 23. A denúncia foi feita para a 4ª Promotoria Criminal do MP-AC.

O responsável pela promotoria, promotor Tales Tranin, foi na unidade prisional na ultima quinta (25) e conversou com os detentos. Com os relatos, Tranin solicitou que as acusações sejam investigadas pelo Grupo de Combate à Tortura, que tem atribuição para apurar esse tipo de denúncia.

“Falaram que houve uma invasão do Gpoe [Grupo Penitenciário de Operações Especiais] durante o banho de sol do pavilhão D na parte da manhã. Encontrei um senhor no pavilhão D com o braço quebrado e disse que, na confusão, ele caiu e quebrou o braço. Encontrei os outros presos no pavilhão C, que é do corretivo. Além de fazerem isso, ainda colocaram os reeducando no corretivo por 10 dias”, explicou o promotor.

As equipes da 4ª Promotoria Criminal fotografaram os ferimentos dos presos para ajudar nas investigações. Segundo o promotor, foram solicitadas as imagens da área onde houve a confusão, feita a perícia no material e os presos passaram por exames de corpo de delito.

“Tem um monte de gente ralada, com marca de tiro de borracha, com marca de tiro na orelha, na perna. Não é nada de frente, tem uma pessoa que levou um tiro atrás da orelha, ou seja, já estava correndo, fugindo da confusão. Não é nada de legítima defesa”, afirmou.

Em nota, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) confirmou que foram feitos disparos de bala de borracha após os policiais perceberam uma movimentação suspeita entre os presos e pediram que o grupo fosse para uma área de revista. Contudo, os detentos teriam resistido à ordem e houve o ‘uso progressivo da força’.

O grupo de intervenção foi solicitado para ajudar na contenção dos presos. Com a correria, o Iapen-AC afirma que um detento foi pisoteado, mas não se feriu gravemente. “O Iapen afirma que os policiais penais agiram dentro dos procedimentos de segurança e os feridos receberam o devido atendimento médico. Também foram abertos procedimentos administrativos para apurar o caso”, destacou.

G1

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