Comerciantes temem que prédio abandonado no centro vire “Cracolândia” de Rio Branco

Vizinhos e comerciantes derrubam paredes de um prédio abandonado no centro da cidade (próximo da Rádio Difusora), para evitar que local se transformasse numa nova ‘cracolâdia’. Deste que o Centro Pop virou num ponto de acolhimento dos moradores de rua na zona central, que eles nunca mais tiveram sossego por conta dos constantes arrombamentos e furtos da fiação da rede elétrica dos estabelecimentos comerciais desativados e das praças públicas que ficam no entorno do quartel do Comando – Geral da Polícia Militar do Estado do Acre (PMAC).

“As autoridades precisam tomar providências, porque não aguentamos mais arcar com tantos prejuízos”, desabafou um pequeno comerciante que teve o seu quiosque arrombado diversas vezes.

O Centro Pop mantido pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SAS- DH) chega a distribui diariamente uma média de 125 refeições para os moradores em situação de rua da capital acreana, mas nos últimos dias as equipes de plantão tiveram que fazer uma triagem como medida de evitar que camelôs que perambulam pelo centro da cidade e faccionados dos bairros da Base e Dom Giocondo (Papouco) levasse a comida dos cadastrados.

Diante das constantes ameaças e insultos do pessoal que não tem perfil de moradores de rua, a atual coordenação do espaço mantido pela prefeitura de Rio Branco já sinaliza com a possibilidade de suspensão da refeição do meio dia nos próximos meses.

A ideia é de que os cadas- trados possam buscar a sua refeição no Restaurante Popu- lar que fica na Baixada do Sol, enquanto o centro de acolhimento manteria a distribui- ção gratuita do café da manhã como faz todos os dias. Além da distribuição de um lanche durante no período matutino e vespertino, para os moradores em situação de rua que buscam acompanhamento psicológico.

“Temos 352 pessoas cadastradas por nossas equipes de abordagem social, mas nem todos os dias eles passam por aqui, em busca de pegar o marmitex na hora do almoço”, observou a coordenadora do Centro Pop, Kawana Lima Campos.

Acre conta com uma população em situação de rua estimada em 500 pessoas. Só na Capital acreana são mais de 350 pessoas. Com a chegada da pandemia que caminha para o terceiro ano, consecutivo, a SASDH mantém uma equipe multidisciplinar que atende diariamente no Centro Pop.

Muitos moradores de rua que vivem no entorno do Centro da cidade, mas uma parcela significativa nos territórios que contam com centros comerciais, como Bosque, Estação Experimental, Calafate, Sobral, Cidade Nova, Quinze, Seis de Agosto e Cadeia Velha, buscam acolhimento no local. Cerca de 80% deste público-alvo são dependentes químicos, tem problema com o alcoolismo e 20% por desagregação familiar.
Assistência – Este espaço destinado ao acolhimento desta população em situação de vulnerabili- dade social, conta com psicólogo, assistentes sociais, enfermeiras e servidores de apoio aos moradores flutuante que passam pelo local todos os dias, em busca de uma refeição ou de um café da manhã. O atendimento começa nas primeiras horas da manhã, prossegue no período da tarde e encerra após a janta da noite.

Os assistentes sociais realizam uma média de 10 a 20 atendimentos diários, mas alguns dependentes químicos que buscam ajuda, acabam sendo encaminhados para as clínicas terapêuticas mantidas por convênio com a prefeitura de Rio Branco. Existe um pro- cesso de triagem das pessoas que buscam acolhimento no albergue da Casa Dona Elza, que conta com alojamento destinado ao acolhimento de 20 pessoas (no bairro da Cidade do Povo) ou na Casa de Passagem Ruhana com a oferta de 10 vagas, na ladeira do Bola Preta (no bairro do Preventório).

A Tribuna