19 abril 2024

Caminhoneiro acreano fica dois dias preso em nevasca no Chile: “tive medo de morrer”

Redação

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O acreano Marcelo Praxedes, de 33 anos, é natural de Rio Branco, mas está há mais de um ano morando em Foz do Iguaçú (Paraná), onde conseguiu um emprego de caminhoneiro em uma transportadora. Ele viaja para países do Mercosul e os últimos dias, viveu a maior aventura de sua vida.

Ele e outros caminhoneiros foram autorizados a subir a estrada na Cordilheira dos Andes em território chileno. Ocorre que o comboio de cerca de cem caminhoneiros brasileiros foi surpreendido com uma nevasca muito forte logo no início da viagem.

“O tempo tava aberto e a gente estava fazendo o percurso do Chile para a Argentina e depois para o Brasil. Do nada começou a ventar e nevar muito forte, escureceu tudo e começou a cair muita neve. O volume era tão grande que rapidinho começou a cobrir os caminhões. Eu nunca tinha visto tanta neve na minha vida”, diz Marcelo.

O acreano conta que a quantidade de neve foi tão grande que os caminhões pararam no meio da estrada e após passarem dois dias dentro dos veículos é que conseguiram ser socorridos pelo exército do Chile.

“Nós ficamos dois dias dentro do caminhão, não tinha como ir nem para frente, nem para trás. Ainda bem que o Exército do Chile nos resgatou. Foram quatro missões de resgate, já que não dava para ir todo mundo de uma vez. Nos levaram para um abrigo nos Andes onde nos deram comida, bebida e dormida”, conta.

Marcelo diz que temeu a morte ao enfrentar um frio de 11 graus negativos. “No primeiro dia nós ainda conseguimos ficar com os caminhões ligados e o aquecedor os protegeu. No segundo dia, tive que desligar o motor e foi desesperador. Não tinha como sair a pé, o jeito era esperar o resgate. Teve caminhoneiro que passou mal e teve que ser socorrido. O apuro foi grande e não tem cabra doido para esse frio não”, relata.

Após dez dias no abrigo, a história de Marcelo e os demais caminhoneiros teve um final feliz. Nesta terça-feira, 19, a estrada foi liberada e finalmente foi possível retomar a viagem de volta para o Brasil.

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