25 abril 2024

Entenda o que é a bronquiolite, doença que atinge crianças e elevou internações no Acre

Redação

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Pediatra dá dicas de como prevenir a doença, como uso de máscara, hidratação, entre outros.

Doença respiratória que afeta principalmente crianças de 2 a 3 anos, podendo ser mais grave naquelas com menos de 12 meses, a bronquilite tem registrado aumento dos casos principalmente na capital acreana, Rio Branco que registrou espera por leito de enfermaria pediátrica. O pequeno Théo Dantas, de 10 meses, morreu ao apresentar quadro da doença.

Em menos de dois meses, já foram nove mortes de crianças registradas no estado acreano. Ao g1, a médica pediatra e neonatologista Maria do Socorro Avelino explicou que o vírus é comum nesta época do ano e deu orientações de cuidados que podem ser adotados para evitar a propagação da doença.

“O Vírus Sincicial Respiratório [VSR] é sazonal e aqui no Acre, de janeiro a maio, ele fica circulando. É uma coisa que já se espera, como nos outros estados ocorre do outono ao inverno, a gente, como não tem as estações, é de janeiro a maio. Então, é algo esperado, não é um vírus novo”, explica.

A bronquiolite é a síndrome do sistema ventilatório mais frequente e grave que acomete a criança jovem nos dois primeiros anos de vida – sendo encontrada em crianças até 2 e 3 anos de idade – e o pico de incidência ocorre abaixo dos 12 meses de idade. Crianças com idade inferior a 6 meses apresentam risco de doença grave.

A doença ocasiona inflamação e a obstrução dos bronquíolos. E é causada mais frequentemente pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), mas também pode ser ocasionada pelo parainfluenza, adenovírus, influenza, Mycoplasma pneumoniae, rinovírus, Chlamydia pneumoniae, metapneumovírus humano e coronavírus.

Só no começo de junho, o Acre registrou quatro óbitos de crianças por síndrome respiratória, segundo informou a secretária de Saúde do Acre, Paula Mariano, que confirmou que, pelo menos, uma criança está na fila a espera de um leito de enfermaria pediátrica na capital acreana, Rio Branco, até essa quarta-feira (8).

A pediatra explica que é uma doença grave nas crianças com menos de dois anos, principalmente naquelas que tem comprometimento pulmonar, prematuridade, cardiopatia ou qualquer outro problema imunológico agrave. E pode sim complicar com insuficiência respiratória e evoluir com o óbito.

“O que ocorre é que devido a pandemia, isolamento social, uso de máscara, as crianças foram poupadas e, agora, como já voltou a liberar tudo novamente, ele voltou a circular, por isso que está havendo estes casos. O que ocorre é que ele inflama o bronquíolo, provoca muco, dá chiado, da inflamação e ocorre é que tem criança que pode evoluir para a insuficiência respiratória e claro culminar com o óbito”, pontua.

Prevenção

Com isso, a pediatra afirma que a melhor medida ainda é a prevenção e manter os cuidados como evitar lugares fechados, aglomeração, se os pais estiverem resfriados usarem máscaras, lavar as mãos usar álcool em gel.

“Tudo isso é importante, a etiqueta respiratória ela não se faz só para a prevenção da Covid, mas para qualquer tipo de doença respiratória. São vários vírus que existem e a gente tem percebido que a caderneta de vacina das crianças estão sem as vacinas. A família precisa vacinar porque isso ajuda muito”, diz.
Em relação ao vírus sincicial, não existe vacina, mas o SUS disponibiliza o anticorpo monoclonal para as crianças de risco que são os prematuros, cardiopatas, com problemas pulmonares, o que pode ajudar a evitar e evolução para casos mais graves.

Na maioria dos casos, eles evoluem de forma leve e geralmente ocorrem os sintomas entre sete a 12 dias e faz o tratamento em casa, mas a essa criança precisa ser avaliada pelo pediatra, é o que orienta a profissional.

“Agora, caso a criança inicie com o desconforto respiratório, então precisa realmente e mais ainda ser avaliada pela pediatra e em alguns casos até uma internação, mas o principal disso é a hidratação que precisa ser reforçada”, acrescenta.

Entre os sinais para procurar a emergência estão:

– quando a febre for persistente e durar mais de 2 dias;
– se a criança apresentar cansaço;
– se a criança apresentar sinais de falta de ar.

G1/AC

 

 

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