Zona Azul tem tarifas reajustadas e deve retornar com nova tecnologia em Rio Branco

Edital de licitação deve ser divulgado nas próximas semanas. Expectativa é de que serviço esteja disponível em até 120 dias.

Com previsão de retomar o serviço após quase um ano suspenso em Rio Branco, o sistema de estacionamento rotativo Zona Azul teve as tarifas reajustadas pela prefeitura da capital. Um decreto publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) autorizou o reajuste dos valores cobrados no sistema.

O sistema volta também com novas tecnologias, mais monitores para auxiliar os motoristas e com substituição dos parquímetros por um aplicativo de pagamento e acessibilidade às vagas. A prefeitura vai ampliar de 700 para 1,3 mil o número de vagas do estacionamento rotativo, incluindo assim os bairros Estação Experimental e Cohab do Bosque no sistema, além de permitir que o condutor saiba pelo aplicativo quantas vagas têm disponíveis em cada área da cidade.

O sistema foi suspenso em abril do ano passado após sete anos de funcionamento na capital. A medida foi tomada, segundo a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (RBTrans) informou na época, até que uma nova empresa fosse contratada.

Em entrevista à Rede Amazônica Acre, o diretor de Trânsito da RBTrans, João Marcos Luz, explicou que nas próximas semanas deve ser publicado o edital de licitação para escolha de uma nova empresa que administre a Zona Azul.

A empresa que ganhar terá 90 dias para se instalar na cidade e começar os atendimentos. A expectativa é de que o serviço seja instalado em até 120 dias.

“O estacionamento rotativo é para organizar o direito do cidadão estacionar. A única vaga estabelecida por lei, de obrigatoriedade, é para o deficiente e o idoso. O restante das vagas pertencem, exclusivamente aos cidadãos e o estacionamento rotativo é justamente para organizar isso. Não é justo um cidadão passar o dia inteiro ocupando uma vaga que é direito de todos”, destacou Luz.

Novas tecnologias

O diretor de Trânsito destacou também que a identificação das vagas no aplicativo será permitida por meio de sensores instalados nos estacionamentos. Dessa forma, o motorista não vai precisar, por exemplo, ficar dirigindo por várias ruas em busca de uma vaga.

“Todo aquele que procurar a Zona Azul, a partir do momento em que for estabelecida, pelo aplicativo vai identificar quantas vagas tem, por exemplo, na Avenida Epaminondas Jácome. Vai abrir o aplicativo e vai ver, através de um sensor, que essa empresa que for contratada vai ter que colocar em cada vaga. O condutor vai abrir o aplicativo e ver onde tem vaga no Centro da cidade e vai se dirigir diretamente para essa vaga”, complementou.

Outra novidade é a ampliação do tempo de regularização disponível para o motorista. Na antiga gestão, o condutor tinha 10 minutos para pagar pela vaga que estava ocupando antes de receber uma notificação dos monitores e, posteriormente, ser multado pelos agentes de trânsito.

“Essas pessoas [monitores] não têm condições nenhuma de autuar, multar, que só é feita pelo agente de trânsito. Aquele papelzinho que ficava em cima do carro era apenas um lembrete de que a pessoa estava irregular, não é multa. Antes, o condutor tinha 10 minutos para se regularizar e se não fizesse, o agente passava e se tivesse aquela notificação em cima poderia multar. Estamos ampliando agora nesse contrato para 15 minutos”, ressaltou.

Formas de pagamento

Sobre as reclamações de motoristas sobre a falta de moedas para troco, parquímetros quebrados e outras, Luz afirmou que os parquímetros foram extintos e serão substituídos pelo aplicativo para o pagamento. O número de monitores e monitoras também será ampliado na capital.

“Hoje estamos com uma uma tecnologia muito mais avançada. O aumento de monitores e monitoras também vai ajudar porque teremos mais pessoas atendendo. Outra novidade é que teremos novos pontos de venda, por meio do cartão de crédito para pagamento. Vai ser muito melhor a acessibilidade para as pessoas na questão de pagamento, como também na questão de vagas”, argumentou.

O diretor disse que esse modelo de estacionamento rotativo já é usado em outras cidades do país. “Certamente vai ser uma novidade, aquela antipatia da Zona Azul que se tinha estamos mudando e a população vai perceber que, de fato, vai ser um estacionamento rotativo”, pontuou.

Em fevereiro deste ano, a prefeitura chegou a confirmar que o estacionamento rotativo seguia sem previsão de voltar a funcionar na capital. Na época, a gestão afirmou que não havia nenhuma tratativa ou previsão para retomada do sistema.

Luz explicou que a gestão esperava passar o período da pandemia para também fazer pesquisas para mudanças e melhorias no sistema. “Apesar de ter demorado um pouco, quando chegar, certamente, será um estacionamento rotativo”, concluiu.

Suspensão durante a pandemia

Como forma de prevenção ao novo coronavírus, a Prefeitura de Rio Branco chegou a suspender o estacionamento rotativo da capital acreana em março de 2020, logo após os primeiros casos da Covid-19 no estado. O decreto de suspensão foi publicado no Diário Oficial do Acre (DOE).

Após mais de quatro meses de suspensão, a Zona Azul retornou em apenas 30% dos locais em julho de 2020 e em agosto as atividades foram retomadas em todos os pontos. Na época, a empresa responsável pelo estacionamento rotativo informou que estava com uma campanha para incentivar os motoristas a utilizarem o aplicativo para não terem contato com os parquímetros.

G1