Servidores da Ufac paralisam atividades por reajuste salarial e em defesa da educação

Professores, técnicos e outros servidores da Universidade Federal do Acre (Ufac) aderiram ao movimento nacional de paralisação das atividades nesta quinta-feira (28) em reivindicação por reajuste salarial e em defesa da educação e do serviço público.

O ato faz parte do indicativo de greve prevista para ser deflagrada no dia 23 de maio, caso não haja negociação com o governo federal. A principal reivindicação da categoria é o reajuste emergencial de quase 20%.

“Esse dia é um dia de luta de todos os servidores públicos federas e, nós aqui da Universidade Federal, professores, técnicos, estamos algum tempo nesse processo de luta e se o governo quiser negociar ainda tem margem e esperamos que faça no sentido de que a gente possa ter nossos direitos garantidos. É apenas um dia, não é a greve ainda, esperamos que o governo negocie com a categoria para que a gente não vá à greve”, explicou o professor e vice-presidente da Associação dos Docentes da Ufac (Adufac), João Lima, em entrevista à Rede Amazônica Acre.

Um grupo de manifestantes se reuniu em frente à universidade com cartazes e faixas durante o período da manhã. Segundo a Adufac, 40% dos servidores da capital e de Cruzeiro do Sul, interior do estado, aderiram ao movimento e alguns professores suspenderam as aulas.

“Nós, servidores públicos, conclamamos a população de forma geral para defender os serviços públicos. Uma sociedade sem serviço público é um fracasso porque nem todo mundo pode pagar plano de saúde, transporte, escola e é preciso que a gente valorize os serviços públicos. Os servidores públicos que fazem um serviço de qualidade precisam também ser valorizados”, frisou.

A paralisação também ocorre em outras cidades do país. É uma forma de pressão contra o governo de Jair Bolsonaro para atender o pedido da categoria. Os servidores também se manifestam contra a Emenda Constitucional 95, que trata sobre o teto de gastos públicos e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, que trata da reforma administrativa.

“O Brasil tem uma emenda constitucional, mas é perversa essa emenda. Ela separa mais de 50% do orçamento para o pagamento de serviço da dívida. Enquanto isso, as políticas públicas ficam sem orçamento. Temos, há muito tempo, universidades, instituições de pesquisas e outras públicas sem recurso, sem financiamento, então, somos contra a Emenda Constitucional 95 porque ela achata o financiamento do serviço público. Fora isso, a PEC 32 é uma PEC da maldade porque é uma medida administrativa que reforma o Estado, mas mantém o privilégio, não mexe com os militares e nem com um conjunto de servidores, apenas penaliza os servidores de demais setores, como educação, saúde”, criticou o professor.

G1